Para o Brasil, são imensas e ainda hoje incomensuráveis as
contribuições de mulheres e homens oriundos da África (de Cabo Verde à África
do sul, na Costa Atlântica e Moçambique, na Costa do Índico, do interior do
continente africano) das nações jla, courá, mina, nagô, ewe ou jej, hauçá,
exanti, mup´r, bornu, gurunxe, fulá, malê, cabinda, benguela, congo, angola,
macua, angico,sentys, berbere, jalofo, felupe, mandinga etc.
O folclore é entendido como o conjunto de manifestações
espirituais, materiais e culturais de origem popular, transmitidos via oral ou
pela prática de geração em geração. Compreende, assim, as tradições, festas,
danças, canções, lendas, superstições, comidas típicas, vestimentas e
artesanatos-cultivados especialmente pelas camadas populares. A escravidão foi
responsável pela contribuição africana para o folclore, principalmente por que
os negros eram trazidos de diversas áreas do velho continente. A cultura
imaterial (danças, festas, contos, lendas e religiões) é bem variada. Na dança
destaca-se:
Coco: também denominado “bambelô”, é muito dançando
da região praiana do Nordeste, sobretudo Alagoas. É uma dança de roda, cuja
coreografia é mais um sapateado, acompanhado de plantas
Frevo: teve origem na capoeira, cujos movimentos
foram estilizados para evitar a repressão policial. O nome vem da ideia de
fervura (pronunciada incorretamente como “fervura”). É uma dança coletiva,
executada com uma sombrinha, que seve para manter o equilíbrio e embelezar a
coreografia. Atualmente, é símbolo do carnaval pernambucano.
Moçambique: frequentemente executado em São Paulo, Minas
Gerais, e no Brasil Central. Os participantes formam uma esteira de losangos
com bastões, pulam, agacham, e sacodem, sem tocar nos bastões. Enquanto dançam
e louvam aos santos, em solo e coro. Considerado por alguns folcloristas uma
dança, por outros um folguedos (ou festa popular)
Maracatu: é
propriamente um desfile carnavalesco, remanescente das cerimônias de coroação
dos reis africanos. A tradição teve início pela necessidade dos chefes tribais,
vindos do Congo e de Angola, de expor sua força e seu poder, mesmo com a
escravidão. Atualmente faz parte do carnaval de Pernambuco.
Capoeira: trazida
pelos negros de Angola, inicialmente, não era praticada como luta, mas como
dança religiosa. Mas, no século XVI, para resistir às expedições que pretendiam
exterminar Palmares, os escravos foragidos aplicavam os movimentos da capoeira
como recurso de ataque e defesa. O capoeirista era considerado um marginal, um
delinquente. O Decreto-lei 487 acabou temporariamente com a capoeira, mas os
negros resistiram até a sua legalização. E em 15 de julho de 2008 a capoeira
foi reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro e registrada como Bem
Cultural de Natureza Imaterial.
Afoxé: cabaça coberta por uma redinha de malha, em
cujas intersecções se colocam sementes ou conchas.
Atabaque: espécies de caixa alta, com couro somente na
abertura de maior diâmetro, que se percute com as mãos.
Agogô: par de campânulas ou sinetas sem badalo, de
ferro, conectadas por uma haste encurvada, do mesmo material, que se percute
com uma baqueta de madeira ou ferro.
Berimbau: arco de madeira retesado por corda de arame,
com uma cabaça aberta presa à parte inferior externa do arco, tocado com uma
vareta de madeira e com o dobrão (peça de metal), com acompanhamento do caxixi.
Caxixi : tambor
cilíndrico, com couro em uma só abertura, em cujo centro está preso uma vareta
de madeira, que friccionada com um pano molhado ou a própria mão produz o som.
COLETANEA TATA GONGOFILA
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