Embora exista uma idéia monoteísmo (crença de um só Deus) a para do animismo, termo antropológico usado simplesmente para discriminar, diremos, que as religiões afro-negras, sejam elas pertencentes ao tronco bantu ou sudanês, enquadram-se perfeitamente ao politeísmo (pluraridades de deuses) [ do grego polys (muito) e Theos (Deuses)].
Tata Nlundi
No conceito religioso do candomblé, Musambu Manhamba, denominação que engloba o culto afro-bantu aos ancestrais (Angola e Kongo), é u ma religião essencialmente polieista, uma vez que está fundamentada na crença da existência de inúmeras divindades, embora tenham Nzambi por fulcro.
È necessário ressaltar-se que, pelo menos ao que se tem noticias, não existe em África qualquer rito destinado especialmente ao culto Divino, e isto pode ser explicado pela concepção de seus seguidores referente ao posicionamento de Ndala Karitanga (o Criador) em relação ao ser humano, Segundo este aspecto, ele está tão distante do homem, embora, paradoxalmente esteja, em essência, presente em cada um de nós, que desnecessário seria direcionar-lhe preces ou culto, existindo para isto, identidades representativas junto aos homens que provém por duas vias: Kibala muiji (geração) ou kibala kazola (afeição).
Estas divindades, ligadas aos elementos naturais e dividas hierarquicamente em diversas categorias, são de permeio entre o homem e Ndala Karitanga, tornando-se evidente que, o essencial do culto é o contato com elas, que o povo africano provoca em várias práticas de sua liturgia.
“Sou um Kimbanda (feiticeiro), portanto Mpanzu é meu Deus”.
“Sou um Nganga Ukongo (sacerdote dos ritos da caça), portanto, Mutakalombo é meu Deus”. Exclamam os sacerdotes bantu.
Devemos esclarecer que os negros bantu não adoram o céu, o sol, a lua, o mar, os rios, os montes, as árvores, as pedras, e outros seres idênticos. Quanto aos astros, simplementes os temem, não por os considerarem divindades, mas tão somente pelas forças que deles derivam forças que os Kimbanda trabalham para o bem ou para mal de alguém. Neste particular, também salientamos o vento, especialmente a primeira lufada depois do meio dia. E quanto o mar, rios, montes, etc., igualmente o que adoram, são as divindades que neles habitam. Logo, cultuando essas divindades, forçosamente terão que reverenciar os lugares de sua permanência. Na religião afro-bantu, nada se opera sem influências das divindades. São elas que revelam por intermédio dos sarcedotes, quer no momento da atuação (Nkisi ou Mukixi), quer através de Ngombo (adivinhação), as causas das enfermidades, azares, tudo, enfim, o que se pretende saber. Em suma: todos os atos da vida giram em torno dos Mahamba, isto é, o agente, a força, a fonte das energias maravilhosas.
Jornal Painel Cultural de agosto de 1996.
COLETANEA TATA GONGOFILA
quinta-feira, 23 de abril de 2009
CONCEITO RELIGIOSO AFRO-BANTU
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário