quinta-feira, 19 de março de 2009

LENDA NKICE MIKAIÁ



Os bantu, especialmente angolêses, dizem iamangá, em vez de iemanjá como os que frequentam o culto gêge-iorubano. De iamangá, nasceu iamanjá, na voz do povo. Os étimos quimbundos para essa formação foram yayá, mãe e ao mesmo tempo moça donzela, e mangangá, poderosa. Daí a controvérsia na fabula de iemanjá. A dos nagôs e gêges teve quinze filhos. A dos angolêses é donzela.

Outra sereia é janaina, a mesma iamanjá dos angolêses, provavelmente a que substituiu quiximbi, a primeira que nasceu e cuja lenda se encontra em ditangelu (conto). Janaina é hoje confundida, quanto ao culto e ao nome, com iemanjá gêge – iorubana. Vem do quimbundu, yayá, mãe e ao mesmo tempo moça donzela, nene, grande, mais velha e ao mesmo tempo mais formosa, que os creoulos bahianos aformosearam em iánano-ina, janaina. Esse nene nos deu nene e neném e também nane, a irmã ou o irmão mais moço em contrario da significação primitiva do termo. E janaina é o nome mais nova da mãe-d’água na bahia. Abaixo segue um conto de Mikaiá em sua forma vista no brasil.

Mikaiá, senhora respeitada e de formas arredondadas e seios volumosos, mãe de aproximadamente 15 divindades como nzazi, incoce, matamba, kissimbi, mutalambô, caramocê, tata muilo, inquediamanbo e até mesmo insumbo quem criou como se fosse seu filho.

Sempre foi uma mãe cuidadosa, possessiva e extremamente ciumenta pois não admitia que seus filhos saissem de perto dela, mas um dia nzambi ordenou que as divindades preparassem o iungo para que ele pudesse povoar a terra, então um a um foi se distanciando da mãe Mikaiá que de enorme tristeza se ajoelhou e suas lágrimas formaram o oceano e de seus seios brotaram todas as farturas e riquezas que se encontram no fundo do mar, e até hoje podemos ouvir os choros e lamentos pela falta dos filhos... Mikaiá divindade oceânica, que anda por sobre as ondas, a mãe das mães, os meus respeitos...

COLETÂNEA TATA GONGOFILA

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