quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A morte segundo visão de algumas tribos bantu


A MORTE ( O KUFA)
A crença bantu numa vida futura aparece clara e firme.Vivem dependentes do mundo invisível e tem que se comportar com retidão para ganhar a companhia dos antepassados.Pois sem a convicção da sobrevivência pós-morte ficariam desmoronados os pilares da cultura bantu.
Nos túmulos pré-históricos se encontram restos de oferendas e sacrifícios aos antepassados.V~e com muita clareza que deve dar-se uma continuidade ontológica depois da morte. A vida palpitante em cada pessoa demostra e exige um caudal ancestral.
Não esperam encontra-se com Deus.por isso não anseiam por um céu,como também não temem um inferno.
Desconhecem a idéia de um juízo final,nada deve esperar ou temer de Nzambi.Parece que Nzambi terá ligado a retribuição as leis naturais da participação vital,que informa a ética.
Os castigos e recompensas recebem-se sobretudo nesta vida,e são enviados pelo mundo invisível.Sabe-se que os antepassados rejeitam os que infrigiram gravemente a ética tradicional.Possuem,pois,a noção de retribuição individual e adimitem a probabilidade de um juízo realizado pelos antepassados.
Acreditam na permanência de um princípio vital que perpetua a personalidade de cada Mutu(indivíduo) e origina uma nova maneira de ser e de existir.Ficam sempre ligado aos dois mundos porque este princípio existencial assegura a participação vital.
Todavia, falam de "Kùfá"(morte)quando o vumbi(defunto)não deixou descendência. Ninguém se recordará dele porque não há laço vital com nenhum vivo.não revive pela procriação,finalidade primária de sua existência.O antepassado possuirá tanto maior vigor,quantos mais descendentes deixou.
Como a Morte põe termo ao desejo inato de viver do existente-vivente,o bantu tentou solucionar assim o dilema:"Um homem desaparece como indivíduo,mas o seu existir de vivente continua na sua descendência".
Por isso o maior mal do homem é morrer sem descendência.
Fica privado do seu fim último: "O de existir como vivente nos seus descendentes".
Em certas tradições afirmam,que depois de um certo tempo,há uma seleção na aldeia dos mortos.É a segunda morte,aqueles que os parentes deixaram de oferecer sacrifícios,cuja recordação se apagou na memória dos homens e cujas obras não testemunham um passado glorioso,morrerão pela segunda vez e partirão para uma aldeia situada no mais profundo da terra...Não é um lugar de sofrimento.É um lugar de repouso para os "Antepassados Felizes",cuja massa anônima se desvanece a noite.
Quase todos os antepassados, decorridos duas a três gerações passam,como é natural,ao esquecimento.Segundo alguns, caiem num letargo do qual nunca mais sairão,embora não chegue ao aniquilamento.
Os antepassados são mantidos pujantes pelos sacrifícios,oferendas e recordação dos vivos.
Depois dos ritos fúnebres(NTAMBI/TAMBI), o vumbi(morto)não adquire uma situação definitiva,vai-se desenvolvendo um lento processo até que fica situado no estado de antepassado. Daí que fiquem nitidademente jerarquizados.
 
CULTURA TRADICIONAL BANTU
Pesquisado Por:Walter Nkosi
Coletanea Tata Gongofila

quinta-feira, 8 de abril de 2010

BANTO


Conjunto de populações da África sul-equatorial (com exceção dos bosquímanos e dos hotentotes), de línguas da mesma família, mas com traços culturais específicos (na África do Sul todos os povos negros são chamados banto, em oposição aos brancos, coloreds e asiáticos). Numerosos foi o contingente de escravos bantos trazidos para o Brasil. A influência por eles exercida sobre costumes, religião e superstições nacionais foi profunda e marcante. Trouxeram muitas lendas, mitos e tradições; sua contribuição folclórica e etnográfica frutificou e reforçou os elementos já existentes no Brasil, através de sua participação entusiástica e predileção viva pelo canto e dança coletivos. Os indígenas também possuíam esse encanto pelas danças de roda, instrumentos de sopro e cantos, mas o negro valorizou essas constantes no seio da sociedade em formação. Não é, pois, privativo e originário do africano tudo quanto recebemos por seu intermédio, mas indubitavelmente foi ele precursor mais poderoso e decisivo, depois do português. O nome bantos compreendia todos os negros africanos que outrora abasteciam o mercado de escravos do Brasil. Sua popularidade afirmou-se no século XVII, nas agremiações e irmandades de Nossa Senhora do Rosário, quando os negros passaram a tomar parte ativa nos autos populares. São bantos os préstitos do maracatu do carnaval pernambucano e as congadas vistas em todo o território brasileiro. A cuíca e o berimbau-de-barriga foram por eles trazidos da África; a capoeira, tanto quanto o complexo etnográfico do samba, também deve a eles sua difusão no Brasil. O ciclo do quibungo, circunscrito à zona litorânea da Bahia, é exemplo de sua contribuição à tradição oral brasileira.
Grande Enciclopédia Larousse Cultur

Os africanos de maioria bantu (durante os dois primeiros séculos do tráfico dos negros), largamente assentados na região nordeste do Brasil (Alagoas, Pernambuco, Maranhão), no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, utilizados na lavoura e pastoreio, pois já na África eram grandes criadores e cultivadores do solo, além de serem mestres na fundição de metais, influenciaram em todas as áreas a cultura do país nascente, que nascia sob o fertilizado solo regado pelo suor da pele negra, e sob a riqueza gerada pelos músculos africanos. Alguns historiadores defendem que os africanos que desembarcaram na Bahia eram da África sudanesa (Yorubás, dahomeanos, malês...), e que em muitas lutas de resistência se refugiavam em quilombos baianos. O que se tem certeza é que os primeiros a chegarem por aqui, quando a escravidão era mais desumana, foram os bantu.

Na religião não foi diferente. Influenciaram e foram influenciados. Ou conscientes, ou por aproximação de cultos e tradições, ou por necessidade de recriar seu universo mítico, se amalgamaram às novas experiências e resistiram aos valores religiosos dos escravizadores.

A própria concepção de Nzambi ou Nzambi-Mpungo para os bantu, a quem se chama, no Ocidente, Deus – Nzambi: o que fala; Nzambi-Mpungo (ou ainda Zambiapungo):

aquele que, por excelência, fala (Mpungu é uma ave que voa muito alto, fornecendo, deste modo, a derivação semântica de “maior”, “eminente”, “excelente”) Os bantos (bantu) são povos que habitam a África do Sul Equatorial. Falam dialetos diferentes (a língua é igual) e pertencem a etnias diferentes. Cerca de 274 dialetos e línguas são falados. A influência dos bantos invadiu a cultura brasileira, trazendo sua mitologia, culinária, religião além de elementos folclóricos como a congada, recordando a rainha Ginga de Angola; o maracatu de Cambinda Velha; a capoeira e o primitivo samba (semba).
Entre os grupos que se identificam nas “Nações” acima, temos as variantes que trafegam entre uma e outra, como, por exemplo, os que se identificam como “Nagô-Vodum”.

E a nação Angola/Angola-Congo ou Muxicongo, que tem como base lingüística o kimbundo e cultua Nkisi/Mukixi. Esta com seus ritos fundamentados nas tradições e cosmogonias mantidas a duras penas pelos antepassados bantu, vindos de muitos povos distintos como ngola, cambinda, lunda, makuá, kassange, essange, munjolo, rebolo, angico, e povos menores originários da contra-costa, além, é claro, da influencia de outros povos africanos, como os yorubás e ewe fom, formando assim tradições diferente, dentro do prórpio grupo conhecido como Candomblé de Angola, como Tumba Nsi, Tumba Junsara. Bate-Folha, Angolão, Angola Paketá, Kassange, Angola da Mariquinha e Goméia (que apesar de forte influencia yorubana, se identificava como angoleiro e seu fundador, o Sr. Joazinho da Goméia, foi considerado por muitos como o Rei do Candomblé no Rio de Janeiro).

COLETÂNEA TATA GONGOFILA

A RODA DO MUNDO - DEFINIÇÕES DE BANTO, IORUBÁ E OUTRAS CULTURAS

Da África os negros trouxeram seus costumes, religiões, trajes, técnicas e idiomas. Quer dizer, os africanos possuíam uma cultura que, através dos escravos, se transmitiu ao Brasil. Por este motivo é que encontramos tantas influências africanas em diversas regiões brasileiras e mesmo algumas contribuições que se estenderam a todo o país. Tal é o caso do samba, dança de origem congo-angolana e que se transformou em um ritmo nacional.

Como os escravos provinham de regiões diversas, também diferentes eram as suas culturas. Os povos de cultura mais adiantados, eram principalmente os dos grupo iorubá. É o caso dos povos que vieram da Nigéria, do Daomé e de Gana. Estes falavam nagô, língua que deixou numerosas palavras no português que falamos no Brasil. Também influenciaram na culinária, especialmente nos pratos da cozinha baiana, como o vatapá, o caruru,o acarajé e o uso do azeite-de-dendê. Como os escravos iorubanos já conheciam o emprego dos metais, sua contribuição foi muito importante na atividade mineradora. Outra influência muito importante e bastante espalhada no Brasil é a que se exerceu sobre os cultos religiosos, os quais aqui, notadamente nas camadas mais humildes da população, resultam da mistura de crenças africanas e cristãs. No filme O Pagador de Promessas, o personagem principal acreditava que Santa Bárbara e Iansã, divindade africana, eram uma só pessoa. O mesmo aconteceu com outros santos da Igreja Católica, que os escravos procuravam confundir com os seus orixás ou deuses.

A festa, bastante popular, em que se distribuem doces às crianças no dia dos santos Cosme e Damião tem origem africana. O costume veio da confusão entre esses santos cristãos e os orixás chamados Ibejis, que protegiam as crianças.

Entre os grupos sudaneses havia alguns que se converteram à religião maometana. São os de cultura negro-maometana e, por isso, muito influenciados pelos árabes. É o caso do traje conhecido como baiana, onde o turbante, os balangandãs, o pano-da-costa indicam contribuições árabes.

Outro grupo muito importante foi o banto. Era formado pelos negros vindos de Angola, Moçambique e do Congo. Além de outras contribuições, eles trouxeram o samba, o batuque, instrumentos musicais, o esporte da capoeira e numerosas palavras.

Foi por influência africana que vários termos e expressões vieram enriquecer a nossa língua. Tal é o caso de caçula, indicando o filho mais moço; careca, mais usado do que o português calvo, ou, cochilar, que praticamente substituiu dormitar.

Texto retirado da Enciclopédia Delta de História do Brasil, de Colônia a Nação.
COLETÂNEA TATA GONGOFILA

terça-feira, 2 de março de 2010

CANDOMBLÉ DE ANGOLA


 

Como é comum em todas as "Casas" que tocam Candomblé, na "Nação de Angola", o ritual de barracão se inicia com cânticos e toques para o Sr. Aluvaiá (Exu).
Antes porém, é necessário colocar no meio do barracão (sambilê), a quartinha com água, as farofas de dendê e mel em recipientes de barro e uma vela (muíla) acesa no meio do barracão.
Fica então caracterizado o presente (Padê) para que Aluvaiá tome conta da casa, afastando todas as negatividades e fazendo com que todo o restante do ritual se desenrole dentro de paz e harmonia. Em volta desta oferenda, os mais graduados da casa de preferência filhos de Tateto Njango (Ogun), Tateto Kaviungo ou Kafundeji (Omolu ou Obaluaiê) e Mameto Mulengue (Iansã) dançaram as cantigas executadas em louvor a Aluvaiá. Inicia-se aí o ritual para despachar Aluvaiá (Exu).
Após o mínimo de sete ou nove cantigas levante a oferenda (padê) saudando com ela, Aluvaiá, nos quatro cantos do sambilê (barracão). No centro e nos atabaques e finalmente em direção a porta de entrada, por onde sairão até o portão principal e lá finalmente despacharão para esquerda, direita e em frente o Padê, pedindo proteção ao Sr. Aluvaiá para os trabalhos que estão iniciando naquele dia.

Já vê volta ao barracão, a cantiga a ser entoada é a seguinte: "Santo Antônio amarra o nego, amarra bem amarrado, Santo Antônio amarra o nego, Amarrai meus inimigos".etc. As demais cantigas que compõem ritual de "abertura de uma casa de Angola serão informadas na parte referente aos cânticos para os Nkices.
É muito importante também que se observe a escala ou ordem para se cantar para os Nkices que inicia com Tata Aluvaiá (exu) e encerra com Tateto Lembaranganga (Oxalá).

Para que Aluvaiá ou outro nkice (santo, orixá, bacuro e etc.) fique satisfeito é necessário que se cante pelo menos sete cantigas para cada um. Elas se dividem em três estágios:

a) Cânticos para chamar o nkice,
b) Louvores, exaltações e súplicas durante a sua permanência em terra e,
c) Cânticos para sua despedida.

Obs: Para os caboclos (juremeiros), também se deve observar a mesma sequência de significado das cantigas, como é feita para os Nkices. Existe entre as cantigas para o nkice uma seqüência de execução, para evitar que antes mesmo de chamarmos o nkice a terra, já estejamos mandando ele ir embora.
É importante também que conheçamos alguns nomes dos ritmos das cantigas para, se possível, dentro desta seqüência, possamos manter o mesmo ritmo, conservando desta forma, a eloqüência dos atabaques que transmitem freneticamente aos presentes a energia positiva, facilitando a chegada do santo (nkice), sem ter que parar ou mudar de ritmo.

Nos outros estágios já citados, deve-se manter o mesmo critério de execução. Nos Candomblés de Angola os ritmos mais usados são: Congo, Congo de Ouro, Muxicongo, Cabula, Barravento, Muzenza, Rebate, Quebra prato (Matamba) , Congolandê (Tateto Kaviungo ou Kafundeji) e o três Alujás para Zaze (Xangô) , estes três últimos executados exclusivamente com as mãos tocando diretamente o couro dos atabaques, não usando em hipótese alguma as varinhas ou agdavis usados nas casas de origem Yorubanas ou Jêjes.

Após esta explanação, imaginamos que tenha ficado claro o nosso propósito de passar para os nossos irmãos interessados, uma maneira de se fazer um Candomblé de Angola sem correr o risco de trocar cantigas ou ritmos que ocasionariam problemas de ordem espiritual entre as matérias e os Nkices durante o "toque". Mas quais tipos de problemas poderiam acontecer?

Observe se de repente em meio a uma série de cantigas ditas de barracão, alguém, por ignorância (falta de conhecimento), ou até mesmo por maldade, canta uma toada de sirrum (axexê) ou até mesmo uma cantiga errada.
Logicamente este ato praticado, trará sérios problemas para o barracão. É bom frisar que cantar para o santo não é tão fácil como se parece, seja qual for o ritual. Trata-se de uma grande responsabilidade, é preciso que se aprenda corretamente a pronúncia e significado das palavras.

Lembramos que entre as toadas de Angola, existem uma grande variedade em Português, todavia isto, não significa que seja ponto de Umbanda como muitas pessoas sem conhecimento de causa tentam deturpar pelo simples fato de desfazer da Nação Mãe ou porque ouviram falar.
Tal fato se explica por causa das colônias africanas pertencentes a Portugal, que além do seu dialeto tribal, o que muitas delas nem tinham (comunicavam-se por gestos), serem obrigadas a aprender e falar o português e aceitar a religião imposta por seus colonizadores.

Todavia, não se há de estranhar tal fato, até porque os outros segmentos de Candomblé de origem Yorubana tem em suas cantigas, palavras em português; ex: "Ogum Pererê ta no Poço cadê? Ogum Pererê ta no Poço Decá..., o que não é de se estranhar já que todas as tribos,independente de facção, , foram trazidas pelo mesmo colonizador que foi Português.
O dialeto falado nas casas de Candomblé de angola no Brasil, é o Kiribum da tribo Kassange. A própria palavra "Umbanda" faz parte do vocabulário Kiribum bem como outras muito usadas na referida Linha. Exemplo: Mutuê = Cabeça, Cacurucaia = velha, Menga = Sangue e etc. Existem outros dialetos pertencentes a Nação de Angola, perfazem um total de 274 dialetos.
Os kassanjes como alguns outros, falam o quimbundo (segunda língua profana mais falada em Angola (20%), antecedida pelo umbundo (26%), e pela língua portuguesa que é a língua oficial do país. Cargos de Santo dentro dos Terreiros De Angola.

Tata ria nkice - (Pai de santo, Babalorixá, Dote).
Mameto ria nkice - (Mãe de Santo, Yalorixá, Doné).
Tata Ndengue - (Pai pequeno)
Mameto Ndengue ou Kota Tororó - (Mãe pequena)
Tata Nganga - Jogador de Búzios.. Kissicarangombe - (Ogans).
Tata Kambuí - (Alabê). Tata Kambondo - Braço direito do Tata de nkice.
Tata Kivonda - (Axogum, Atoaxogum ou Mão de faca). Tata Kinsaba - (Babalossain, Colhedor de folhas litúrgicas)
Mametokinsaba - (Yalossaim, Colhedora de folhas litúrgicas).
Makota - (Ekedi). Kutala - Herdeiro (a) da casa.
Kota - (Mais de sete anos com as obrigações em dia).
Mona nkice - ( Filho(a) de santo).
Muzenza - Iniciado(a) (yaô) até os 6 anos de santo. Ndumbe (Angola) ou Abiam (Kêto). filhos ainda não feitos no santo.

COLETANEA TATA GONGOFILA (TATA ANANGUÊ DE N'GOLA DJANGA RIA MATAMBA)

A Criação dos Seres.


 

 Diziam os Kassanjes que outrora todos nós habitávamos o mundo espiritual. Mutalambo são as lendas contadas pelos kassanjes, que falam sobre a precipitação da grande energia sobre o mundo material. Conta a lenda que, no passado, Angomi (o universo) era o próprio Zambi (Deus supremo de Angola). Nesse tempo Angomi dormia sono profundo e se expandia cada vez mais.
Ao crescer, Angomi foi vendo que ao seu redor, estava inserido o desconhecido. Como não podia sair do seu espaço, transformou-se numa gigantesca bola de fogo e começou a emitir forte luz e a concentrá-la em um determinado ponto, criando assim um ser alado a quem chamou de Aluvaiá (Anjo de Luz).
Após ter dado a Aluvaiá a essência da vida (o sangue), e o poder da criação da matéria (o pó de pemba), pediu-lhe para percorrer o espaço desconhecido e trazer informações. Aluvaiá então alçou vôo em direção ao espaço. Ao penetrar no desconhecido, Aluvaiá começou a ficar ambicioso. Sentindo-se poderoso pelo segredo obtido, resolveu não mais voltar. Passou então a moldar as massas, após precipitar energia, transformando-as em matérias.
Criou ao seu bel prazer tudo aquilo que lhe vinha na mente, ou seja um mundo para ele próprio governar. Criou o sol, a lua, a terra, outros planetas, as estrelas, os animais, os vegetais, os minerais e etc. Os seres criados por ele passaram a ocupar os grandes centros de massas aglutinadas chamados mundos. Eles não tinham porém, o segredo da perpetuação, única chave que ficou guardada com Zambi. Aluvaiá não se incomodava com isso e criava, a cada dia e a cada momento, um novo ser. Entretanto estes seres duravam pouco, por isso foram a presença de Aluvaiá , pedir vida longa. Apanhado de surpresa este bolou rapidamente um plano astucioso, usando o que lhe veio de imediato à mente maligna. Falou! __Ide em busca de um fruto que tenha alguma semelhança com a vossa raça e traga-o a minha presença para que eu o transforme em taça, dizendo isto, Aluvaiá acomodou-se tranquilamente em seu trono, se vangloriando de ter enganado as criaturas, já que eles morreriam procurando algo inexistente.
Passou-se algum tempo, alguns seres realmente morreram, mas dentre os sobreviventes, uma mulher com formas obesas, ao caminhar, já sem esperanças, por um terreno árido e de vegetação rasteira já as margens do infinito, deparou com um fruto volumoso que tinha o formato de um ser humano onde se visualizava muito bem a cabeça o pescoço e o corpo volumoso. Poderia se dizer que era a sua própria semelhança. Satisfeita com o achado, correu a presença de Aluvaiá e lhe apresentou o fruto. Este, pasmo diante do que achava impossível, já que criara tanta coisa sem nem parar pra ver, pegou o fruto que era uma CABAÇA, abriu o fundo, virou ao contrário e transformou-a em taça. Nela depositou o seu próprio sangue deu de beber as criaturas para que suas vidas fossem prolongadas. Todavia, com o tempo Aluvaiá foi enfraquecendo, para se manter poderoso, resolveu então passar a beber o sangue dos seres que ele mesmo criara. Com isso passou a ter a mesma constituição dos seres viventes...
Nesta época os seres não conheciam o verdadeiro Senhor do Universo, Zambi, - aquele que fora criado. Indagando a Aluvaiá, um deles lê pediu a vida eterna. Imediatamente Aluvaiá valendo-se de sua astúcia e libertinagem falou ! __ O segredo está com Zambi. Iria até ele pedir o segredo da perpetuação.
Assim fez , transpôs a barreira o desconhecido e chegou a presença de Zambi. Mentindo, falou que do outro lado haviam seres bonitos, planetas, flores, etc. Mas que se ficasse muito tempo lá se enfraqueceria. Por isso precisava conhecer o segredo da perpetuação. Zambi percebendo as suas intenções falou: "Aluvaiá você me enganou, usando seus poderes e bebendo de sua própria essência. Por isso mandarei você de volta e, como castigo, terá que se manter com a própria essência da vida que você conhece - o sangue".
Zambi tomou a decisão de criar novos seres espirituais para controlar o infinito: eram os Nkices. De tempos em tempos, Zambi pedia a um dos deles para descer ao espaço de Aluvaiá e trazer notícias . Os Nkices viram e informaram que Aluvaiá fazia um bom trabalho. Zambi então pediu que Aluvaiá viesse a sua presença e falasse de suas obras.
Aluvaiá pediu ajuda àqueles que eram os mensageiros de Zambi. Para isso, usando da resposta positiva desceu com eles aos mundos habitados. Os Nkices, vendo a grande obra, passaram a ter os domínios dos mares, matas, ares, fogo, etc. Aluvaiá vendo seu império comprometido, zangou-se com os Nkices. Estes alegaram que tais segredos de formação da natureza valorizaram o seu trabalho.
Os Nkices de posse do domínio de Aluvaiá, passaram a capacitar os seres de realizar diversas proezas. Aluvaiá com isso foi perdendo o seu poder e resolveu voltar a Zambi, alegando que os mensageiros expulsaram-no do seu espaço. Zambi deu então a Aluvaiá missão intermediária de ficar entre os dois espaços.
Com o passar dos tempos, os seres, sentindo necessidade de Aluvaiá, faziam-lhe sacrifícios para chamá-lo, já que estes ficaram dependentes do sangue por ele criado. Como castigo, Aluvaiá ficou com a responsabilidade de manter a vida material, através do sangue.
Esta é uma lenda Kassanje de origem Banto que além de trazer para o Brasil os Candomblés de Angola e Congo, trouxe também a Arte Negra e os elementos folclóricos como o Maracatu, a Capoeira, o Jongo, o Samba primitivo, o Maculelê e muitos outros segmentos culturais ainda pouco divulgados. 
         
        COLETÂNEA TATA GONGOFILA (Tata de Nkice Ananguê de N’gola Djanga ria Matamba.)

Os Nkices 2


 

Tata Uzumba ou Aluvaiá. - Exu (Legbara) - Senhor de todos os caminhos, o patrono da velocidade, nada o detém, habita as encruzilhadas, é representado pelos atalhos que se cruzam e que permitem que se vá a todos os lugares. É o real defensor do direito de ir e vir, é quem dá caminho. Ele não é bom e nem mal, apenas interesseiro e quando bem agradado se torna uma das maiores defesas de quem o procura. Aluvaiá exerce um papel muito importante no jogo de búzios, combinando com Dandalunda (Oxum). É ele quem responde às perguntas as perguntas de Dandalunda. É o nosso "Compadre" das encruzilhadas. É o guardião dos Templos, das casas das cidades e das pessoas. A sua outra face ele é o chicote da justiça, castigando os maus, os falsos e os hipócritas. Aluvaiá é a força viva, atuante, inquieta, irracível, colérico, mas não raras vezes, compreensivo, benéfico e o esteio daqueles que lhes rendem homenagens. Come farofa, camarão seco, cebola roxa, mel, azeite de dendê pipoca, acaçá, gosta de marafo (aguardente), galo, galinha d'angola, pombo, cabrito e boi.
É o elo de ligação mais próximo entre o ser humano e Zambi, por isso é quem leva o recado aos Nkices e a Zambi, para isso tem o privilégio de receber tudo primeiro. Suas cores favoritas são o vermelho e preto. Raras vezes se apresenta como dono do mutuê de alguém, na maioria das vezes está sempre ocupando a posição de mensageiro de outro Nkice. Seu dia da semana consagrado é a segunda-feira. Quando raramente incorporado trás em sua mão um bastão curto enfeitado com búzios e cabaças ou um pequeno tridente. No sincretismo é representado por Lúcifer que em linguagem evangélica ou católica significa Anjo de Luz. Segundo os Kassanjes, o Ser de Luz criado por Zambi para percorrer o desconhecido e lhe trazer notícias, (seria o primeiro ser criado por zambi).
          Tateto Njango ou Mukumbi - Ogum - Irmão gêmeo de Aluvaiá, andam sempre juntos, a ética manda que nunca deixe Aluvaiá sem comer, quando der comida a Sr. Mukumbi . Representa o ferreiro que forja as ferramentas para o trabalho no campo e as armas para a guerra. É o senhor da Guerra, das estradas de terra e de ferro, é vencedor de batalhas e não deixa seus filhos caírem por terra.. Coragem e perseverança são características normalmente encontradas nos filhos desta entidade. Quando há sacrifícios para outros Nkices, recebe também a sua parte de oferendas, pelo relevante motivo de ser quem forja o Pocó (Obé ou facão, faca). Sua representação totêmica é constituída de 7, 14 ou 21 miniaturas de ferramentas e armas presas em fileira, num suporte também de ferro dependendo da "energia" de Tateto Njango que rege o filho, poderá ter apetrechos diferentes como, por exemplo, pedaço de trilho e grampos de trem, , até mesmo um garfo de Aluvaiá. Etc. Quando está colérico, tem que ser imediatamente acalmado com alimentos de sua predileção. Come: feijão preto, fradinho, acará assado na brasa, acaçá, camarão seco, dendê, mel de abelhas, galo, galinha de angola macho, pombo macho e cabrito.
Usa vestes de franjas feitas com a folha do dendezeiro, em Angola chama-se Banda, no Yorubá chama-se mariô. E nos Fon ou Jêjes chama-se Azan. Estas franjas colocadas embaixo de uma porta na entrada ou na entrada de um caminho é o suficiente para chamar Mukumbi (Ogum), afastar as más influências e quanto mais perto do solo interdita a passagem. Sua cor é o azul marinho. E quando incorporado trás sempre a mão, uma espada. No sincretismo é representado por Santo Antônio.Seu dia da semana é a Terça-feira. Tateto Mukongo - Ngongonbira. (Oxossi) É o Deus caçador, usa espingarda, arco e flecha, sendo a sua importância de grande destaque já que não deixa faltar à alimentação para a população, garantindo a fartura de caças porque permanece durante muito tempo dentro da floresta.
Ocasião em que faz contato direto com katendê, entidade das insabas (folhas medicinais e litúrgicas). Faz-se importante que nunca se corte o elo entre estas duas divindades, eles comem juntos e a harmonia será perfeita quando se agradar a ambos. Seus filhos possuem a característica de grandes projetos e realizações, se tornam grandes Pais e Mães de santo quando são bem iniciados. Normalmente os caminhos são abertos ou com pequenos obstáculos fáceis de serem afastados. São pessoas fartas, mas um pouco desconfiadas. Porém sempre prevalece o bom senso. Sr. Oxossi é símbolo de Prosperidade e Fartura.
Tateto Mucongo (Oxossi), tem na sua simbologia, as miniaturas de ferramentas de trabalho e armas, presas em fileira a um arco e flecha também de metal. Por habitar na Mata, é representado pela cor verde nos candomblés de Angola nos demais pela cor azul claro e sua dança simboliza o caçador perseguindo a caça.
Come milho, coco, mel de abelha, acaçá, galo, galinha d'angola macho, pombo macho e cabrito e porco. Seu dia da semana é a quinta- feira e na liturgia católica é representado por São Jorge. Tateto Kitangana - Minipanzo - katendê (Ossain) - Entidade que governa as folhas no seu emprego medicinal e litúrgico, é o único Nkice detentor do Benguê (axé), que significa: Força, Poder e Vitalidade. Por isso é torna-se obrigatória a necessidade de pedir sua presença nos rituais mágicos ou litúrgicos. Os verdadeiros filhos de katendê, o que é raríssimo de se encontrar, tornam-se grandes médicos, farmacêuticos, dentistas ou qualquer outra profissão que tenha vínculo com a saúde. Seu símbolo consiste numa flecha de ferro atravessando um pássaro, com seis lanças de ferro presas em redor. Suas cores em Angola são verdes e brancas. Nas demais nações usam a cor verde. Come: milho, acaçá, mel de abelha, vinho moscatel, amendoim, gosta de fumo de rolo, galo, galinha d'angola macho, pombo macho e cabrito. Seu dia da semana é a quinta-feira. Obs: Em qualquer nação de candomblé só se pode fazer ou confirmar um katendê isto é Muzenza, Kissikarangombe ou Makota.
Tateto Kilamba - Kaviungo (Omolú). - É o Nkice que domina a varíola e a peste e as doenças em geral. Conhecido popularmente como o médico dos pobres é o grande sábio da medicina. Apresenta-se nos terreiros de Angola, sobre dois aspectos: Como um velho (Kaviungo ou Omolu) ou de um rapaz jovem e forte.
Tateto Igondo - Kafundegi ou Obaluaê. Trás a cabeça e o corpo cobertos por palha da costa enfeitada com búzios, nas mãos um bastão confeccionado com o mesmo material e dança o congolandê (opanijé) que significa: "pega mata e come". Suas cores no candomblé de Angola são: preto e branco ou vermelho e preto. Nas demais nações usam vermelhos pretos e brancos.. Seu dia consagrado na semana é a segunda-feira. É simbolizado por um cuscuzeiro de barro emborcado num alguidá e do fundo do cuscuzeiro saem sete lanças de ferro apontadas para cima. É comum que seus filhos peregrinem em romaria até o meado do mês de agosto angariando donativos para realizar a kukuana (olubajé), a partir de 18 de agosto que é o dia de São Lázaro, seu correspondente na igreja católica. Come, camarão seco, cebola e azeite de dendê, galo, pato, galinha, d'angola macho, pombo macho, cabrito e porco.
Tateto Ndala - Angorô - (Oxumarê no Keto e Bessen no Jêje ou Fon) - Nkice simbolizado pela Serpente e o Arco-Íris. Representa o símbolo da continuidade, ou seja, a Força Vital, um círculo fechado formado por uma cobra mordendo a sua própria calda. É o nkice responsável pela sustentação da terra impedindo que ela se desmanche. É a riqueza, a fartura e as fortunas. No sincretismo é representado por São Bartolomeu. E seu dia da semana é terça-feira.Suas cores em Angola são amarelo e preto, nas outras nações de origem yorubana verde e amarelo. Come batata doce, acaçá, milho, grão de bico, , camarão seco, cebola, casais de: Galinha, galinha d'angola, pombos, gansos, cabritos, enfim qualquer sacrifício de animais para esta entidade é oferecido em casal. Bebe vinho moscatel, mel de abelhas, e azeite doce. Por ser um santo de linhagem rara, torna-se muito difícil de ser dono de cabeça das pessoas. Também em uma casa só fica um. Seja da forma que for. Obs: Ganso, não substitui bicho de quatro pés.
Tateto Kambaranguanje - (Xangô ) Tido como o Rei dos Nkices. É o Deus do trovão, simbolizando um homem viril e galhardo, às vezes violento, mas acima de tudo justiceiro. E colérico e vingativo com os mentirosos, malfeitores e ladrões castigando-os severamente. Suas cores em Angola são o branco e o vermelho, nas outras nações, marrom e branco. Seu metal predileto é o cobre e seu símbolo é uma machadinha de dois gumes. A gamela é o seu recipiente preferido e come, acarajé, amalá (quiabo, carne de peito de boi, camarão seco, cebola e azeite de dendê), galo, pombo macho, galinha d"angola macho, cabrito, cágado. É representado no sincretismo por São Gerônimo, São José, São Pedro, São João Batista e etc. Obs: Não é o bastante ao ofertar um cágado pra Kanbaranguange, cobrir as quatro patas com 4 bichos de pena (galos). Quem mexer com este animal, deve procurar algum conhecedor antigo, pois existe algo mais a ser feito.
Tateto Kitembu - Zanga Tempo - Tempo - Nkice exclusivo das Nações de origem Bantu. É quem regula as passagens de tempo e os períodos, controlando os instantes e momentos e atuando sobre os intervalos e as durações. Kitembu rege a atmosfera, determinando as variações climáticas, os ciclos da natureza e de todas as coisas relacionadas ao meio ambiente. Nas nações de Angola e Congo, o Cajueiro Branco é consagrado ao Nkice Kitembu (Tempo). É portanto a própria expressão da natureza agindo sobre os quatro elementos: água, terra, fogo e ar promovendo os mais variados estágios e mudanças. Cabe ao Tempo unir e/ ou fragmentar: passado, presente e futuro. Dual, como a maioria das Divindades, é representado tanto pelo efêmero quanto pelo que é perene. As casas de Angola mantém hasteada de preferência em um dendezeiro, uma bandeira branca hasteada em louvor a este poderoso Nkice. Suas cores são verde branco e cinza. Come canjica, pipoca, acaçá, paçoca feita do torreiro do milho de pipoca, Peru, galo, galinha d'angola macho, pombo macho e cabrito. Tem na imagem de São Bento a sua representação no sincretismo. Também ocupam a linhagem dos santos raríssimos como donos de mutuê, sendo difícil encontrar mais de um na mesma região.
Wunje Kafulu - Ngongo Golungoloni ou Ngongo Maiombezô - Natureza jovem, gêmeos Siameses (Xifópagos), Ibeji conhecidos pelos yorubás e na nação nagô sob a forma de Erês. Na nação de Angola são considerados Nkices podendo ser dono de mutuê. Também raros, temos pouquíssimas pessoas raspadas deste Nkice aqui no Brasil. No sincretismo representam os santos gêmeos católicos São Cosme e São Damião. Usam miçangas misturadas de todas as cores e suas vestes são nas cores em azul e rosa. Seu assentamento é composto de um alguidá com pequenas moringas e panelinhas de barro enfeitadas por bengalinhas de metal. Sua iguaria predileta é o caruru (comida feita com quiabo, galinha, camarão seco, castanha de caju, peixe seco, cebola e azeite de dendê, galo , galinha d'angola macho, pombo macho e cabrito).
Mametu Mulengue - Matamba - (Iansã ou Oyá) - Deusa do rio Níger, e o Nkice das tempestades e dos ventos, de temperamento impetuoso é perigosa quando se zanga. É ela que domina os Kalungombes (eguns) os mortos, é o único nkice que tem poder sobre os espíritos desencarnados.
Mametu Matamba é a única que pode afrontar o poder dos nkices. Ela dança com os braços estendidos como se estivesse desencadeando os elementos que formam a tempestade. Além disso a sua forma de dançar nos terreiros imita os guerreiros.Sempre carrega um sabre ou sabre e um rabo de cavalo chicote com o qual espanta os kalungombes (eguns). Sua cor em Angola é o vermelho. Na nação yorubana é a cor marrom. No sincretismo é representada por Santa Bárbara. Come acarajé, abará, acaçá, galinha, galinha d'angola, pomba e cabra moqueca de peixe.
Mametu Ngiji - Dandalunda - Oxum - Dona do ouro, Nkice dos rios, lagoas e lagos, das fontes, dos regatos, enfim da água doce, usa pulseiras de ouro, adora perfumes, pentes, broches e todo o tipo de enfeites. Muito vaidosa quando dança, parece uma mulher se banhando no rio e se enfeita de colares, agitando os braços para retinir seus braceletes e se mira num espelho. Sua cor é o amarelo ouro e seu metal é o latão. Os filhos de Dandalunda, são pessoas influentes, gostam de curtir a vida, amam os prazeres, são ambiciosas, pesam em grandes oportunidades. Tem um futuro próspero, buscam grandes lucros e viagens. Tem o amor certo, por isso não deve ir em busca de aventuras. Surgem grandes oportunidades na política.Come galinha, galinha d'angola, pata, pomba e cabra. Na igreja católica é simbolizada por Nossa Senhora da Conceição, o sábado lhe pertence como a todas as mucajis (santas mulheres).
Mameto Kissanga - Kaitumbá ou Inaê - Iemanjá - É a divindade das águas do oceano, governa a legião das ondinas è um dos nkices mais populares do Brasil, Rainha do Mar, recebe oferendas de seus seguidores em pequenas embarcações. É a Mãe dos nkices, dona dos mutuês e símbolo da maternidade. A cor branca cristal identifica as suas miçangas, porém, pode usar em suas vestes, o verde água, além do azul claro e do branco. Dança imitando o movimento das águas. Come: arroz, canjica, feijão manteiga com ovos cozidos, mel de abelha, azeite de oliva, camarão seco, moqueca de peixe, cebola pata, galinha, galinha dángola, pomba e cabra. Suas datas festivas ocorrem sempre no dia 15 de agosto e 31 de dezembro. Sincretizada como Nossa senhora das Graças e Nossa senhora dos Navegantes.
Mametu Kitabu - Zumbarandá - ( Nana Buruku) - è a mais velha das Iaras (Mãe d'àgua). Considerada a avó dos nkices. È uma divindade cujo caráter é difícil de definir, depende do lugar e templo onde é cultuada.
E sincretizada como Santa Ana, suas cores são o azul e o branco, tem seu altar sempre vizinho ao de Kaviungo e Angorô. Come: Mingau de acaçá, grão de bico, arroz cozido, pipoca, aberém, azeite doce, mel de abelhas, camarão seco, cebola galinha, pomba, galinha d'angola e cabra.
Seus filhos tem tendência para o magistério e são capazes de morrer diante de um passado ruim e ressuscitarem para uma nova vida cheia de caminhos e esperança.
Mametu Kitabu - Zumbarandá - ( Nana Buruku) - è a mais velha das Iaras (Mãe d'àgua). Considerada a avó dos nkices. È uma divindade cujo caráter é difícil de definir, depende do lugar e templo onde é cultuada.
E sincretizada como Santa Ana, suas cores são o azul e o branco, tem seu altar sempre vizinho ao de Kaviungo e Angorô. Come: Mingau de acaçá, grão de bico, arroz cozido, pipoca, aberém, azeite doce, mel de abelhas, camarão seco, cebola galinha, pomba, galinha d'angola e cabra.
Seus filhos tem tendência para o magistério e são capazes de morrer diante de um passado ruim e ressuscitarem para uma nova vida cheia de caminhos e esperança.
Tateto Kingongue - Lembaranganga (Oxalá ou Obatalá), Santo Maior. No sincretismo é representado por Jesus Cristo. É o Nkice da procriação, controla as funções da reprodução. Veste-se de branco e representado de duas formas nos candomblés do Brasil.
Lembaranganga usa vestes longas e filá como se fosse santa mulher. Um velho curvado, apoiado em um cajado de metal prateado, caminhando lentamente. Nkasuté Lembá (Oxaguian), jovem guerreiro armado de uma mão de pilão e de uma espada e ao contrário de Oxalufã, usa saiote e capacete além da couraça, tudo em metal prateado. Tem o seu dia da semana consagrado na sexta-feira quando as casas de santo devem guardar resguardo total. Representa a calma e o poder da verdade. Sempre guia os filhos para o bom caminho. Come: canjica, acaçá, inhame, mel de abelhas, azeite de oliva, galinha d'angola fêmea, pomba branca, e cabra branca sem chifre (mocha). Seus filhos usam miçangas de cor branca leitosa. Obs: Oxalá só come cabra branca sem chifre, não importando se é o novo ou se é o velho.
Caboclos Vaqueiros, Boiadeiros, Mineiros, Marinheiros, e de Pena - São entidades encantadas de origem indígena existentes no Brasil, antes da chegada dos negros e por isso mantidas por respeito nos cultos de candomblé de Angola.
É perfeitamente normal que de três a seis meses depois que Pai ou Mãe de Santo retirar o Kelê do yaô (muzenza), chame o caboclo do respectivo filho, para que o mesmo tenha força e benguê para trilhar nos caminhos do santo.
 COLETÂNEA TATA GONGOFILA (TEXTO POSTADO POR TATA ANANGUÊ DE N'GOLA DJANGA RIA MATAMBA)