Corresponde ao orixá Exú.
EXU (“esfera" )
A palavra EXU em iorubá significa "ESFERA", aquilo que é infinito, que não tem começo nem fim.
Exu serve como intermediário entre os Orixás e nós, homens. É a força da criação, é o princípio.
de tudo, o nascimento, o equilíbrio negativo do Universo, o que não quer dizer coisa ruim.
Exu é a célula da criação da vida, aquele que gera o infinito, infinitas vezes. É o primeiro passo
em tudo. Está presente, mais que em tudo e todos, na concepção global da existência.
É a capacidade dinâmica de tudo que tem vida. Principalmente dos seres humanos, que carrega em seu plexo este elemento dinâmico denominado Exu. Na nação Ketu é chamado Bará, e na nação angola, é mavambo
ou seja, "no corpo", preso a ele. É a abertura de todos os caminhos e a saída de todos os
Problemas. Aquele que ludibria, engana, confunde; mas, também ajuda, dá caminhos, soluciona.
Seu símbolo não é o tridente associado ao diabo, mas sete ferros voltados para cima representando
os sete caminhos do homem, os sete chacras (pontos de captação, distribuição e armazenamento de
energia), as sete cores, as sete auras.
É o mais humano dos orixás, sendo uma divindade de fácil relacionamento. Sua função de contato
entre o homem e os demais orixás faz com que supere o real, e atinja o mágico. São os orixás
que respondem no jogo de búzios, mas é Exu que traduz a resposta.
Não é dele a responsabilidade de decidir o que é certo ou errado; apenas realiza a tarefa para a
qual foi invocado. Teria mesmo papel que o deus Mercúrio na mitologia grega.
Para se Ter uma noção do comportamento e da regência paradoxal de Exu, cito um de seus Orikís.
(versos sagrados), que diz: "Exu matou um pássaro ontem, com a pedra que jogou hoje.”
COLETÂNEA TATA GONGOFILA
INKOCE MUKUMBE
INKICE - NKOSI MUKUMBE
Corresponde ao orixá OGUM (gum: “guerra”)
É o orixá das contendas, deus da guerra. Seu nome traduzido para o português, significa luta, batalha, briga. Divindade masculina iorubana, o filho mais enérgico de Oduduá, tornou-se regente da cidade de Ifé quando seu pai ficou temporariamente cego. Em outras histórias, filho de Iemanjá e irmão mais velhos de Exu e Oxossi. Por último nutre um enorme sentimento, um amor de irmão verdadeiro.
O filho mais enérgico de Oduduá tornou-se regente da cidade de Ifé quando seu pai ficou temporariamente cego. Em outras histórias filho de Iemanjá e irmão mais velhos de Exu e Oxossi. Por último nutre um enorme sentimento, um amor de irmão verdadeiro.
É o deus do ferro, dos ferreiros e de todos que utilizam este metal. Força da natureza que se faz presente nos momentos de impacto e nos momentos fortes. O sangue que corre no nosso corpo é regido por Ogum. Considerado como um orixá impiedoso e cruel, temível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos, ele até pode passar esta imagem, mas também sabe ser dócil e amável. É a vida em sua plenitude.
Os lugares consagrados a Ogum ficam no ar livre, na entrada das casas e terreiros. Geralmente são pedras em formas de bigorna junto ás árvores. Ogum é representante também por franjas de palmeiras ou dedenzeiro desfiadas chamadas mariwo que penduradas nas portas ou janelas, representam proteção, cortando as más influências e protegendo contra pessoas indesejáveis.
O culto a Ogum é bastante difundido tanto no Brasil quanto na Nigéria. Sem sua permissão e proteção, nenhuma atividade útil, tanto no espaço urbano como no campo, poderia ser aproveitada.
Deve ser invocado logo após Exu ser despachado, abrindo caminho para os outros orixás. Como na África, ele é representado por sete objetos de ferro pendurados em uma haste de metal. A importância de Ogum vem do fato de ser ele um dos mais antigos dos deuses iorubas.
Saudação a Ogum (Ogum iêêê! -"Olá, Ogum")
COLETÂNEA TATA GONGOFILA
KATENDÊ
INKICE - KATENDÊ
Corresponde ao orixá ossain
Ossain (“luz divina”)
Ossain é a mágica das folhas, tornando mágicas também a sua convivência com os seres humanos. É o pai da fitorerapia; tem influência na homeopatia, aquele que gera a capacidade de cura pela ingestão ou aplicação de plantas medicinais; nos consultórios, nas cirurgias, na farmácia, nas pesquisas químicas e cientificas. Ele é o alquimista, o mágico, o senhor das poções mágicas e curativas, o bruxo, o médico dos orixás. Conhecedor profundo do segredo de todas as ervas.
Todas vez que queimamos uma floresta, desmatamos, cortamos árvores, ou simplesmente arrancamos folhas desnecessariamente, estamos violando a natureza, ofendendo seriamente essa força natural que denominamos Ossain.
Assim, todos orixá que precisava de uma erva ou planta devia em primeiro lugar pedir a Ossain, que cobrava por estes trabalhos, aceitando com o pagamento mel, fumo, ect... Até que dia Xangô passou a achar que todos os orixás deveriam ter o conhecimento das ervas, e pediu a Oiá que convencesse Ossain a dividir com os demais os segredos e os mistérios das plantas. Oiá sacudiu sua saia provocando grande ventania, espalhando as folhas para todos os orixás, para que cada um exercesse poder sobre uma delas. Em meio a ventania, Ossain repedia sem parar: Eu, eu assa!, que significa “Oh, folhas!”. Embora casa orixá tenha se apossado de um tipo de folhas, com esta reza Ossain evitou que seu poder fosse distribuído com eles, pois só ele conhecia o axé de cada uma delas conservando só para ele o poder sobre elas.
COLETÂNEA TATA GONGOFILA
KABILA
INKICE - KABILA
Corresponde ao orixá Oxossi ( oxo: “caçador; ossi: “noturno”)
Oxossi, deus dos caçadores teria sido o irmão caçula ou o filho de Ogum, é o orixá da caça, chamado muitas vezes de Ode Wawá, ou seja, “Caçador dos Céus”. É a divindade da fartura, da abundância, da prosperidade. Em seu lado negativo pode ser também o pai da mingua, da falta de provisão. A seguir citaremos outras importâncias, isto é, atribuições de Oxossi:
1 – Ordem material, pois, como Ogum, protege os caçadores tornando sua expedições eficazes e proveitosas, resultando em caça abundante.
2 – Ordem médica, pois os caçadores quando nas florestas, estando em contato freqüente com Ossain, divindade das folhas terapêuticas e litúrgicas e apredem com ele parte de seu saber.
3 – Ordem social, pois normalmente é um caçador que, durante as suas expedições, descobre o lugar favorável a instalação de uma nova roça ou vilarejo. Torna-se assim o primeiro ocupante e senhor da terra (onilê ), com autoridade sobre os demais habitantes que ai venham se instalar.
4 – Ordem administrativa e policial; pois antigamente somente os caçadores possuíam armas servindo também de guardas noturnos (òsó).
Suas principais características são a ligeireza, a astúcia, a sabedoria, o jeito ardiloso para faturar sua caça. È um orixá de contemplação, amante das artes e das coisas belas.
Como todos os orixás, Oxossi também esta no dia-a-dia dos seres vivos, convivendo intimamente com todos nós. Dentro do Culto, ele é o caçador do Axé, aquele que busca as coisas boas para uma Casa de Santo, aquele que caça as boas influências e as energias positivas.
No dia-a-dia, encontramos o deus da caça no almoço, no jantar, enfim em todas as refeições, pois é ele que provê o alimento. Rege a lavoura,a agricultura, permitindo bom plantio e boa colheita para todos.
O culto a esse orixá é bastante difundido no Brasil, mas pouco lembrado na Nigéria, o que se deve ao fato de Oxossi ter sido cultuado basicamente em Keto (terra dos panos vermelhos), onde foi consagrado com rei.
No século XIX, devido ao tráfico negreiro, a cidade foi praticamente destruída pelos ataques das tropas do rei Daomé. Os filhos consagrados a Oxossi foram vendidos como escravos no Brasil, Antilhas e Cuba.
É o orixá que cultua o próprio individualismo, tendo determinação para qualquer combate.
COLETÂNEA TATA GONGOFILATEMPO OU KITEMBO
INKICE - TEMPO
É o Nkisi responsável pelo tempo de forma geral, e especificamente, pelas mudanças climáticas (como chuva, sol, vento etc), portanto, atribuído a ele, o domínio sobre as estações do ano. É representado, nas Inzô (casa) de Angola e Congo, por um mastro com uma bandeira branca.
O Tempo é tão importante que ele é um Nkisi (e os africanos a muito sabem disso), tem um dito que diz “O TEMPO DÁ, O TEMPO TIRA, O TEMPO PASSA E A FOLHA VIRA, muitas vezes precisamos que o tempo nos seja favorável, e outras não, quero dizer, precisamos de tempo curto e longo, com o bom uso do Tempo, muitas coisas se modificam, ou podemos modificar”.
Nas Casas de Angola e Congo, na cultura Bantu, na frente dos barracões, existe uma grande árvore com raízes que saem do chão, e são envoltas com um grande pano branco, está árvore é chamada de Gameleira, aonde representa e se planta o assentamento de Kitembo que é de fundamental necessidade a sua existência num barracão, pois sendo Kitembo o Pai e Rei de Angola, nada se faz sem sua autorização.
Conhecido também como Nkisi da gameleira branca, onde é feito seu ritual e suas oferendas, esta árvore foi trazida pelos africanos, mas pela sua existência com certa facilidade em regiões litorâneas, é possível que já existisse no Brasil.
Kitembo para os povos bantus é o próprio tempo. É a árvore primordial. A primeira dádiva da terra aos homens. Existe desde o principio dos tempos e a tudo assistiu, a tudo resistiu, e a tudo resistirá. Kitembo é a essência da vida produtiva. Do poder da terra. É também a permanência dentro da impermanência e impermanência na permanência. O ciclo vital, que não muda com o transcorrer da eternidade. A infinita e generosa oferta que a natureza nos faz, desde que saibamos reverencia-la e louvá-la. Diz o mito que no principio de tudo, o primeiro Nkisi nascido era kitembo. Kitembo era capaz de muita magia, tanto para o bem quanto para o mal.
Como já disse Tempo ou kitembo é um Nkisi da mbutu (nação) de Angola, é o dono da bandeira de Angola, que podemos ver em qualquer barracão, perto do assentamento de Kitembo, uma grande vara com uma bandeira branca no topo.
Kitembo é o Nkisi senhor das estações do ano, regente das mutações climáticas. Ainda, é considerado o Pai da Maianga, que é o banho usado pelos seguidores e iniciados da Nação de Angola, tendo sua maior vibração justamente ao ar livre, ou seja, no tempo. É exatamente ali, no tempo, que este banho feito de ervas e outros elementares vai consagrar através de tempo este iniciado.
Kitembo está associado à escala do crescimento, por isso sua ferramenta é uma escada com uma lança voltada para cima, em referência ao próprio tempo.
Como expliquei, este Nkisi rege as estações do ano e está ligado ao frio, ao calor, a seca, as tempestades, ao ambiente pesado e ao ambiente agradável.
Conta uma história de Angola, que Kitembo era um homem muito agitado que fazia e resolvia muitas coisas ao mesmo tempo. Entretanto, este homem vivia reclamando e cobrando de Nzambi que o dia era muito pequeno para fazer e resolver tudo que quisesse. Um dia, Nzambi lhe disse: “Eu errei em sua criação, pois você é muito apressado”. Ele então respondeu a Nzambi: “Não tenho culpa se o dia é pequeno e as horas miúdas, não dando tempo para realizar tudo que planejo”. A partir desse momento, Nzambi então determinou que esse homem passa-se a controlar o tempo. Tendo domínio sobre os elementares e movimentos da natureza. Assim nasceu o Nkisi Kitembo.
Nzara Kitembo - Kitembo Io
(Gloria Kitembo - Kitembo do Tempo)
COLETANEA TATA GONGOFILA.
KAVUNGO
INKICE - KAVUNGO
Corresponde ao orixá Obaluaiê.
OBALUAIÊ ( “rei”, “senhor da terra”)
Deus originário de Daomé. Obaluaiê é uma flexão dos termos Oba (rei) Oluwó (senhor) – Ayiê (terra), “rei, senhor da terra”. Omulu também é uma flexão dos termos: Omo (filho) – Oluwó (senhor que quer dizer “filho e senhor”. Obaluaiê, o mais moço, é o guerreiro, caçador, lutador. Omulu, o mais velho, é o sábio, o feiticeiro, guardião. Porém, ambos têm a mesma regência e influência, significam as mesmas coisas, têm a mesma ligação e são consideradas as mesmas forças da natureza).
Obaluaiê é o sol, a quentura e o calor do astro rei, é o senhor das pestes, das doenças contagiosas ou não. É o rei da terra, do interior da terra e é o orixá que cobre o rosto com o Filá (de palha da costa), porque para os humanos é proibido ver o seu rosto devido a deformação feita pela doença, e pelo respeito que devemos a esse poderosíssimo orixá.
Está no funcionamento do organismo, na dor que sentimos pelo mau funcionamento dos órgãos, por um corte, queimadura ou traumatismo. A ele devemos as nossa saúde. Trata do interior, mas cuida também da pele e de suas moléstias.
Divide como Oiá a regência dos cemitérios, pois é o orixá que vem com emissário de Oxalá (principio ativo da morte), para buscar o espírito desencarnado. É ele que mostra o caminho, servir de guia para aquele espírito, Obaluaiê também é o senhor da terra e das camadas do seu interior, para onde vamos todos nós. Daí sua ligação como os mortos, pois é ele quem vai cuidar do corpo sem vida. Também conhecido como Xapanã.
Filho de Nana, que o abandonou por ser doente, foi criado por Iemanjá. Orixá fundamentalmente Jeje, mas louvado em todas as nações por sua importância. Conta-se que, abandonado por Nanã, foi cuidado por Iemanjá que o alimentava com pipoca sem sal acrescida de mel para melhorar o gosto, e passava azeite de dendê em suas feridas para aliviar a dor e a coceira.
Usa como uma arma o xaxará, um cetro adornado em contas e búzios que serve como captador de energias negativas para limpar almas e ambientes.Os raros filhos de Obaluaiê são tensos, sábios e tristes. Costumam ser consultado para decisões importantes e muitos vivem solitários.Ocupam importantes cargos públicos e burocráticos, mas stgem que o bom humor não é seu forte. Saúda-se Obaluaiê com: Atotô! “Silêncio! Escutai,. Hora de devoção e reverência!”.
COLETÂNEA TATA GONGOFILA
HONGOLO
INKICE - ANGORÔ
("aquele que se desloca com a chuva e retém o fogo nos seus punhos")
É o Nkisi que auxilia na comunicação entre as divindades e os homens. É representado por duas cobras, sendo o primeiro Hongolo ( Angorô ) masculino e o segundo ( Angoromeia ) feminino.
Nkisi cuja função principal é a de dirigir as forças que produzem movimento, ação e transformação. Por ser dois, tem uma natureza dupla; é representado na pelos povos bantus por uma cobra e o arco-íris, que significam a renovação e a substituição.
A dualidade de Hongolo faz com que ele carregue todos os opostos e antônimos básicos dentro de si: bem e mal, dia e noite, macho e fêmea, doce e amargo.
Como uma cobra, morde a própria cauda, gerando um movimento circular contínuo que representaria a rotação da Terra e próprio movimento incessante dos corpos celestes no espaço, é o Nkisi que rege as chuvas...
No Brasil, seus iniciados usam o brajá, um longo colar de búzios trabalhados de maneira a parecerem às escamas de uma serpente. Durante sua dança, o Nkisi aponta os dedos para cima e para baixo, alternadamente indicando os poderes do céu e da terra. Em algumas regiões é conhecido como Nkisi da riqueza, simbolizado por uma grande cunha entre seus apetrechos de culto.
Nganá Kalabasa – Angorô lê
(Senhor do Arco-Íris – Angorô Hoje)
COLETÂNEA TATA GONGOFILANZAZE
INKICE - NZAZE
CORRESPONDENTE AO ORIXÁ XANGÔ
Nzaze
"Aquele que se destaca pela força e revela seus segredos"
Nzaze é o Nkisi das pedreiras, Nkisi dos raios e do trovão, Nkisi da justiça é o Nkisi que gera o poder da política. Guerreiro, bravo e conquistador, Nzaze também é conhecido como o Nkisi mais vaidoso entre os Minkisi masculinos. É monarca por natureza e chamado por rei.
Nzaze é a ideologia, a decisão, a vontade, a iniciativa. É a rigidez, organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o progresso social e cultural, a voz do povo, o levante, à vontade de vencer. Também o sentido de realeza, a atitude imperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado "sangue azul", o poder de liderança.
Para Nzaze, a justiça está acima de tudo e, sem ela, nenhuma conquista vale a pena; o respeito pelo rei é mais importante que o medo.
Este, que apesar de grande guerreiro, justo e conquistador, detesta doenças, a morte e aquilo que já morreu. Nzaze é avesso a Mvumbi (espíritos desencarnados). Admite-se até que ele é uma espécie de imã de Mvumbi, daí sua aversão a eles.
Este nkice representa a sedução masculina, já que teve três Yabas, Dandalunda, (oxum), Obá e Matamba (yansã), e protetor dos intelecutais, estudiosos, advogados e juízes e tudo que esta relacionado a justiça.
A Ku Menekene Usoba Nzaji – Nzaze
(Salve o Rei dos Raios – Grande Raio)!
COLETÂNEA TATA GONGOFILAWUNJI
INKICE - WUNJI – (SÃO COSME DAMIÃO)
Correspondente ao orixá ibeji.
IBEJI (ib: “nascer”.; eji (dois).
Ibeji na nação Keto, ou wunji nas nações Angola e Congo. É o orixá Erê, ou seja, o orixá criança. É a divindade da brincadeira, da alegria, sua regência esta ligada a infância.
Ibeji esta presente em todos rituais, pois, assim como Exu, se não for bem cuidado pode atrapalhar os trabalhos com suas brincadeiras infantis, desvirtuando a concentração dos membros de uma casa de santo. E o orixá que rege a alegria, a inocência, a adolescência, independente do orixá que a criança carrega.
Ibeji é tudo de bom, belo e puro que existe: uma criança pode nos mostrar seu sorriso, sua alegria, sua felicidade, se engatinhar, falar, seus olhos brilhantes. Na natureza, a beleza do canto dos pássaros, nas evoluções durante os vôos das aves, na beleza e perfume das flores. A criança que temos dentro de nós, as recordações da infância. Feche os olhos elembre-se de uma felicidade, de uma travessura e você estarás viviendo ou revivento uma lencas desse orixá.
Pois tudo aquilo de bom que nos aconteceu em nossa infância, foi regido gerado e administrado por Ibeji.
Portando, ele já viveu todas as felicidades e travessuras que todos nós seres humanos, vivemos.
A historia de Ibeji, acontece a cada momento feliz de uma criança.
Ao menos para manter vivo este importante orixá, procure dar felicidade a uma criança, faça você mesmo o encantamento de Ibeji. E fácil: faça gerar dentro de si a felicidade de estar vivendo. Transmite esta felicidade contagie o seu próximo com ela. Encante Ibeji com a magia do sorriso, com o amor de uma criança. E seja Ibeji com a magia do sorriso, com o amor de uma criança. E seja Ibeji feliz.
È costume na Bahia fazer o caruru de Cosme e no Rio de Janeiro, como tradição dentro da Umbanda, oferecer doces as crianças.
COLETÂNEA TATA GONGOFILA
MIKAIÁ
INKICE - MIKAIA
CORRESPONDENTE AO ORIXÁ - IEMANJÁ
Esta é um Nkisi feminino, conhecida como a majestade dos mares, senhora dos oceanos, Mikaia é a Nkisi das águas salgadas, considerada como mãe de todas as Mutuê (cabeça), regente absoluta dos lares, protetora da família. Chamada também de Nkisi das pérolas, é aquela que ampara a cabeça dos bebês no momento de nascimento. Essa força da natureza também tem papel muito importante em nossas vidas, pois é ela que rege nossos lares, nossas casas. É ela que dá o sentido da família às pessoas que vivem debaixo de um mesmo teto. Ela é a geradora do sentimento de amor ao seu ente querido, que vai dar sentido e personalidade ao grupo formado por pai, mãe e filhos tornando-os coesos. Rege as uniões e todas as comemorações familiares. É o sentido da união por laços consangüíneos ou não.
Numa Casa de Santo, Mikaia atua dando sentido ao grupo, à comunidade ali reunida e transformando essa convivência num ato familiar, criando raízes e dependência, proporcionando sentimento de irmão para irmão em pessoas que a bem pouco tempo não se conheciam, proporcionando também o sentimento de pai para filho ou de mãe para filho e vice-versa, nos casos de relacionamento dos Tata riá Nkisi (Zelador de Santo) ou Mametu riá Nkisi (Zeladora de Santo) com os Kikala Mukixi (Filhos de Santo).
A necessidade de saber se aquele que amamos estão bem, a dor pela preocupação, é uma regência de Mikaia, que não vai deixar morrer dentro de nós o sentido de amor ao próximo, principalmente em se tratando de um filho, filha, pai, mãe, outro parente ou amigo muito querido. É a preocupação e o desejo de ver aquele que amamos a salvo, sem problemas, é a manutenção da harmonia do lar.
É ela que proporcionará boa pesca nos mares, regendo os seres aquáticos e provendo o alimento vindo do seu reino. É ela quem controla as marés, é a praia em ressaca, é a onda do mar, é o maremoto. Protege a vida marinha.
Sua cor é a prata, cristal, cor da água, onde é seu reino.
Kiuá Kaiaia Kokueto, Mameto Ria Amaze – Kiuá
COLETÂNEA TATA GONGOFILANDANDALUNDA
INKICE - NDANDA LUNDA
CORRESPONDENTE AO ORIXÁ OXUM
É um Nkisi feminino, Nkisi da água doce, sua morada é nas cachoeiras e rios de água doce, onde costumam lhe entregar Kudiá (comidas) e presentes.
É um Nkisi que tem muito poder, Nkisi da fertilidade, diz que quando as mulheres querem engravidar procuram Ndanda Lunda, sendo respeitadíssima como feiticeira. Como todos os outros Minkisi, existem diversos tipos de Nkisi das águas doces, de acordo com a proximidade de uma tribo ou a profundidade do rio. Ndanda Lunda pode ser maternal, jovem feiticeira ou uma guerreira.
Mãe da água doce, deusa da candura e da meiguice, dona do latão amarelo e do ouro. Nkisi da prosperidade, da riqueza, ligada ao desenvolvimento da criança ainda no ventre da mãe.
Ndanda Lunda exerce uma ampla influência no comportamento dos seres humanos, regendo principalmente o lado teimoso e manhoso, além daquele espírito maquiavélico que existe em todos nós. No bom sentido, Ndanda Lunda " é o veneno das palavras", é o modo piegas das pessoas, é a forma "metida", esnobe apresentada principalmente pelo sexo feminino. É o cochicho, o segredinho, a fofoca. Está encantada nas conversas, nos risinhos, nos comentários, nas intriguinhas. Rege o charme, o it, a pose; tudo que está ligado à sensualidade, sutileza, ao dengo, sendo o sexo feminino o mais influenciado. É o flerte, o carinho. É o amor puro, real, maduro, solidificado, sensível, não chegando a ser a paixão. É o amor verdadeiro; ela propicia e alimenta este sentimento nos homens, fazendo-os ser mais calmos e românticos. É o Nkisi do amor. Ndanda Lunda está muito intimamente ligada à magia, é um Nkisi ligado à feitiçaria. sabe toda a arte da magia, estando esta arte ligada ao amor.
Regente do ouro, seu metal predileto e de regência absoluta. É a protetora dos ourives. É o próprio ouro. A regência mais fascinante de Ndanda Lunda é o processo de fecundação. Na multiplicação da célula mater, Pambu Njila entrega a regência para Ndanda Lunda que vai cuidar do embrião, do feto, até o nascimento. É Ndanda Lunda que vai evitar o aborto, manter a criança viva e sadia na barriga da mãe, onde no nascimento a entrega para Kokueto, que lhe dará destino.
Mameto Maza Mazenza – Dandalunda ê
(Oh, Mãe da Água Doce – Dandalunda ê)
COLETÂNEA TATA GONGOFILAMATAMBA
INKICE - MATAMBA
CORRESPONDENTE AO ORIXÁ IANÇÃ
Matamba é um nkice feminino, nkice da espada do fogo, dona da paixão, Matamba é a rainha dos raios, dos ciclones, furacões, tufões, vendavais, nkice do fogo, guerreira e poderosa. Mãe dos Mvumbi (mortos), guia dos espíritos desencarnados, senhora do cemitério. É ela que servirá de guia, assim como nkice kingongo, para aquele espírito que se desprendeu do corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma. Nkice da provocação e do ciúme. Paixões violentas, que corroi, que cria sentimentos de loucura, que cria o desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o clímax. Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. A frase “estou apaixonado” tem a presença e a regência de Matamba, que é o nkice que faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados, ousados e desesperados. É o ciúme doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido. É a paixão propriamente dita. É a falta de medo das conseqüências de um ato impensado no campo amoroso. Matamba rege os amores fortes e violentos.
O fogo é o elemento básico da Matamba. O fogo das paixões, da alegria, o fogo que queima.
Nenguá Mavanju – Kiuá Matamba
(Senhora dos Ventos – Viva Matamba)
COLETÂNEA TATA GONGOFILAZUMBANDARA
INKICE - ZUBARANDÁ
Corresponde ao orixá Nanã.
Nanã (Originalmente Nenê / Nana )
Nanã, chamada também de Nanã Bucuru, Nanã Buruquê, é de origem Jejê, da região de Dassa Zumê e Savê, no Daomé, hoje conhecida como República de Benin.
A mais temida de todos os orixás, a mais respeitada, a mais velha poderosa e séria. Está associada à maternidade. Teria o poder de dar a vida e forma aos seres humanos, por isso é também considerada orixá da fecundação e dos primódios da criação. Ela é a deusa dos pântanos, da morte (associada a terra, para onde somo levados ), transcendência.
Entre o mundo dos mortos, existe um portal. É a passagem, a fronteira entre a vida e a morte. Sua regente: Nanã, Senhora e geradora da morte (Iku ).
Seus cânticos são súplicas para que leve Iku para longe, para que a vida seja mantida. É à força da natureza que o homem mais teme. Ela é senhora da passagem desta vida para outras, comandando o portal mágico, a passagem das dimensões.
Nanã está presente nos lodaçais, lamaçais, pois nasceu do contato da água com a terra, formando a lama, dando origem e suja própria vida. Na África, é chamada de Iniê, e seus assentamentos são salpicados de vermelho. Ela é a chuva, a garoa, a tempestade. O banho de chuva e uma lavagem do corpo no seu elemento; uma limpeza de grande força, uma homenagem a este grande orixá.
Nanã é a mãe de Obaluaiê. Tratou sempre de si e de seu filho de forma nobre, nunca se metendo ou preocupando com o que as outras pessoas faziam da própria vida.
Ogum travou batalha com Nanã pelo direito de passar por suas terras. Por ser forte e valente guerreiro, não admitido em pedir licença a uma “velha” para entrar em seus domínios. Diante dos perigos do pântano e da ira de Nanã, foi obrigado a bater em retirada tendo que achar outro caminho, longe das terras de Nanã. Esta, por sua vez, aboliu o uso de metais em suas terras. E até hoje, nada pode ser feitos com lâmina de metal para ela.
COLETÂNEA TATA GONGOFILA
LEMBÁ
INKICE - LEMBÁ
CORRESPONDENTE AO ORIXÁ OXALÁ
Lemba, o mais importante e elevado dos Minkisi, foi o primeiro a ser criado por Nzambi, o deus supremo. Representa o céu, o princípio de tudo, e foi encarregado de tomar conta do mundo.
Equilíbrio positivo do universo é o pai da brancura, da paz, da união, da fraternidade entre os povos da terra e do cosmo. É considerado o fim pacífico de todos os seres.
Nkisi da ventura, da compreensão, do entendimento, do fim da confusão.
Lemba é o Nkisi que vai determinar o fim da vida, o fim da estrada do seres humanos, o fim com a certeza do dever cumprido. A morte deve ser encarada com naturalidade como encaramos os demais assuntos da nossa vida, pois ela faz parte da natureza e sabemos que tudo tem um início, um meio e um fim.
Pambu Njila inicia, Lemba termina. É assim no Jamberessú (roda), quando louvamos todos os Minkisi.
É ele que sempre atuará como mediador para acalmar discórdias em qualquer plano e produzindo uma solução, uma definição.
Lemba não come como os demais Minkisi, suas oferendas são sempre coisas brancas. É o senhor do princípio da morte e conhece todos os seus segredos.
Existe vário caminho de Lemba, como Nkassuté, Lemba Dilê, Lemba Nganga, Kukurukaia, sendo que em um desses caminhos é representado na forma de um velho, que precisa segurar em seu cajado para manter-se em pé, representa o pai de todos, aquele que tudo sabe e tudo vê, um Nkisi mais superior, um conselheiro, denominado este como Lemba-Kukurukaia, e em sua forma mais nova, jovem, que se apresenta como um guerreiro, carregam em suas mãos uma mãe de pilão, uma espada e um escudo, seu símbolo é o barco, rege também as águas, pois é nela sua maior estrada, e a fonte mais pura de todos os seres, este segundo denominado de Lemba Dilê, que é o Navegante Guerreiro.
kalaepi Sakula Lemba Dilê – Pembele
(Quietos, ai Vem o Senhor da Paz, Eu te Saúdo)
COLETÂNEA TATA GONGOFILA