terça-feira, 30 de setembro de 2008

CRIME E CASTIGO


Fernando Khouri
(Babalorixá Ala Igbin)

Crime e Castigo

Em um tempo anterior ao Cristianismo e mesmo ao judaísmo, enquanto Jeová era apenas mais um entre os deuses do deserto, a terra era habitada pela harmonia; o ser humano preocupava- se em viver. Conheciam o amor, o ciúme, a inveja, e a admiração, mas desconheciam o pecado.

Na África, o negro cultuava seus deuses, nascidos na divinização dos antepassados, livre da idéia de pecado e da divisão entre o bem e o mal.

Para eles – os negros-, os deuses e os homens eram constituídos de uma mesma idéia, que não era má e também não era boa.

Tudo era ambíguo, o mesmo homem que matava uma ovelha para comer salvava outra de ser picada por uma serpente. O mesmo Deus que mandava chuva, para regar as lavouras, também inundava os rios que desabrigava centenas ou milhares de negros.

O mal só passava a existir a partir do momento em que orí (a cabeça) dissesse que aquilo estava errado, ou seja, o homem era condenado por si mesmo, só ele podia julgar seus próprios atos. Assim era em todas as civilizações pré-judaicas – na Europa; na África, nas Américas, onde até hoje os aborígines pensam desta forma.

O pecado e seus possíveis castigos foram as armas encontradas por Moisés para controlar e guiar o povo judeu.

Como o resultado foi ótimo (para eles), a receita foi repetida pelo cristianismo, e deste se alastrou para muitos outros credos, contaminando até mesmo as culturas anteriores a esta invenção. Toda mentira, repetida mil vezes, torna-se uma verdade, por isto todos os dias nosso orí (cabeça) nos condena por crimes que não cometemos e vivemos torturados pela divisão que nos habita, entre o bem e o mal; entre o certo e o que os outros dizem ser errado. O pecado nos coloca à mercê da condenação por outro.

Não crendo em pecado, estou livre, até que orì me condene e sendo assim, posso viver plenamente e exatamente de acordo como o desejo dos Deuses.

Dentro do candomblé o pecado é a conciência de cada indivíduo.

NZAZE

INKICE - NZAZE
CORRESPONDENTE AO ORIXÁ XANGÔ

Nzaze

"Aquele que se destaca pela força e revela seus segredos"

Nzaze é o Nkisi das pedreiras, Nkisi dos raios e do trovão, Nkisi da justiça é o Nkisi que gera o poder da política. Guerreiro, bravo e conquistador, Nzaze também é conhecido como o Nkisi mais vaidoso entre os Minkisi masculinos. É monarca por natureza e chamado por rei.

Nzaze é a ideologia, a decisão, a vontade, a iniciativa. É a rigidez, organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o progresso social e cultural, a voz do povo, o levante, à vontade de vencer. Também o sentido de realeza, a atitude imperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado "sangue azul", o poder de liderança.

Para Nzaze, a justiça está acima de tudo e, sem ela, nenhuma conquista vale a pena; o respeito pelo rei é mais importante que o medo.

Este, que apesar de grande guerreiro, justo e conquistador, detesta doenças, a morte e aquilo que já morreu. Nzaze é avesso a Mvumbi (espíritos desencarnados). Admite-se até que ele é uma espécie de imã de Mvumbi, daí sua aversão a eles.

Este nkice representa a sedução masculina, já que teve três Yabas, Dandalunda, (oxum), Obá e Matamba (yansã), e protetor dos intelecutais, estudiosos, advogados e juízes e tudo que esta relacionado a justiça.

A Ku Menekene Usoba Nzaji – Nzaze

(Salve o Rei dos Raios – Grande Raio)!

COLETÂNEA TATA GONGOFILA

Psicanálise e religião


Psicanálise e religião

Cristãos e não-cristãos, todos nós fomos, de alguma maneira, influenciados pelos ensinamentos de Cristo. Todavia, não é minha intenção o seu sentido místico e religioso. Não estou sequer qualificado para tanto. Não sou teólogo ou psicanalista. Discutirei, portanto, os aspectos psicológicos da doutrina de Cristo. Discutirei, à luz da psicanálise, o sentido de pecado e de salvação.

Utilizando uma terminologia psicanalítica, eu entenderia a virtude como aquele jeito de viver que nos torna mais sadios, mais capazes de crescer emocionalmente e, portanto, de nos tornarmos mais felizes, mais realizados. E entenderia pecado como aquelas atitudes de cabeça que fazem as pessoas se sentirem perdidas, angustiadas e infelizes. Por pecado eu entenderia aquele jeito de pensar, de sentir e de agir que leva ou ao empobrecido da personalidade (cabeças empobrecidas e corações mediocrizados) ou “a doença mental (neurose, psicose, etc.)

Sendo que esse “pecado de cabeça” nos foi ensinado pela sociedade e até por nossos antepassados levando assim a acreditar que a ignorância humana não é uma atitude interior e sim o que nos foi passado.

O que significa a palavra “religião”? Religião significa religar, ligar de novo. Ou seja, redescobrir o nexo das coisas, não deixar nosso pensamento se perder e se consumir numa eterna difusão. Como a vida é sempre maior do que nossa capacidade de compreendê-la, algo que nos ajude a estabelecer a ligação entre as coisa é sempre bom. A perdição não é ter pensamentos sexuais. É, isso sim, estará deriva, como nau sem rumo equivocado. A cabeça imagina que encontrou seus objetivos, mas, na realidade, esta desnorteada, não sabe o que quer, pra onde vai, nem por que faz as coisas que faz. E doença mental é isso: é estar à deriva, levado por impulsos e obsessões, ou perdido dos outros e de si mesmo. Um labirinto de desejos e emoções dentro do qual, na realidade, não nos encontramos.

E o que significa a palavra pecado? Pecado vem do latim, “pecare”, que significa “errar o alvo”, estar desorientado, sem bússola ou com a bússola errando nas informações que oferece.

Por isso, a verdadeira psicanálise não pode conflitar com as verdadeiras religiões. Quando saímos da superfície das aparências imediatas, descobrimos muitos pontos em comum.

A psicanálise, por exemplo, não considera as crianças anjinhos ou querubins. Desde o berço, a cabecinha do bebê está a mil. Desde o nascimento da criança é extremamente generosa, mas extremamente cruel. É sujeita a grandes amores e grandes ódio. A um só tempo, é dócil e temperamental, crédula e desconfiada, ingênua e maliciosa. E sua malícia não se resume a aprontações inocentes: não: estas são abertamente sexuais. Só que a maneira de a criança transar sexo é diferente daquela que terá quando for adulta. Nos seus momentos de cólera, se tivesse meios, seria concretamente capaz de realizar atos de extrema violência. Em síntese, já existe na criança, em miniatura, em estado de semente, todas as virtudes e todas as misérias do adulto.

Eduardo Mascarenhas.

No candomblé somos considerados cristãos de acordo com o documento oficial - Africae terrarum de 1967 do Papa Paulo VI, que valoriza a religião africana.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O CAMINHO


O CAMINHO

“A pessoa que não segue o caminho religioso poderá se abater com o impacto daquilo que considera uma desgraça e será capaz de sentir-se frustrada consigo mesma ou assumir atitudes que trarão infelicidade a outros”.

O humanitarismo e o verdadeiro amor a todos os seres só podem provir da interiorização do conteúdo da religião. Qualquer que seja o nome que se de a religião, sua compreensão e prática são a essência de uma mente pacífica e, portanto de um mundo pacífico.

Não havendo paz na mente, não poderá haver paz no contato com outras pessoas e, conseqüentemente, não haverá relações pacíficas entre os indivíduos ou entre nações.

“Nós acreditamos, com boas razões, que todos os seres de mais variadas formas (tanto animais quanto humanos) nascem após a morte. Em cada vida, a proporção de dor e alegria que cada um experimenta é determinada por suas ações boas ou más na vida anterior, embora se possa modifica essa proporção através de esforços na vida presente isto é conhecido como a lei do carma”.

Minha crença e a fé em minha religião se aprofundaram na convicção de que eu estava seguindo o caminho certo tornou-se mais firme em minha mente.

“Nada permanece difícil depois que nós acostumamos”.

Dalai Lama

Os Nkices no canbomblé são aqueles que dão os caminhos que devemos seguir.

EU SOU UMA PESSOA RICA


Eu sou uma pessoa rica.

Apenas recentemente percebi que sou uma pessoa muito rica. Não da maneira definida pela sociedade. Eu não tenho uma grande casa, um belo carro ou muito dinheiro. Pode ser que, no futuro, eu tenha alguma destas coisas. Ainda assim, eu sou uma pessoa muito rica. Às vezes chego a me sentir a pessoa mais rica do mundo. Minha riqueza vem do coração e da alma e não do dinheiro. Quando saio de casa pela manhã e ouço os pássaros a cantar seus elogios a Deus, eu sei que sou uma pessoa rica. Quando olho para o céu e percebo a gloriosa beleza do nascer do sol ou de um por de sol eu sei que sou uma pessoa rica. Quando minhas crianças me dão um abraço ou quando minha esposa me acaricia, eu sei que sou uma pessoa rica. Quando ouço aquelas palavras mágicas “eu te amo” sussurradas em minha orelha, eu sei que sou uma pessoa rica. Quando meu cão lambe minha mão e salta abanando o rabo alegremente, eu sei que sou uma pessoa rica. Quando posso encorajar e ajudar uma amigo ou trazer alegria para outra pessoa, eu sei que sou uma pessoa rica. Quando escrevo estas palavras e sei que podem ajudar a alguém por aí a perceber os quanto são ricos, eu sei que sou uma pessoa rica. Lembre-se do quanto você tem de riqueza nesta vida. O amor, a alegria, a família e os amigos valem mais do que qualquer quantidade de dinheiro. A própria vida é um presente sem preço nos dado por Deus. Aproveite as verdadeiras riquezas da vida. Comemore o tesouro de sua existência. No final, a única riqueza que você pode levar consigo deste mundo é o amor, a alegria e a felicidade que você criou nela.

(Joseph J. Mazzella)

Este é um exemplo de riqueza espiritual que se adiquiri também dentro do candomblé ou qualquer religião.

TENHA FIRMEZA


TENHA FIRMEZA

“Tenha firmeza em suas atitudes e persistência em seu ideal”.

Mas seja paciente não pretendendo que tudo lhe chegue de imediato. Há tempo para tudo. E tudo que é seu virá “às suas mãos no momento exato em que receberá os benefícios que pleiteia.

Aguarde com paciência que os frutos amadureçam para que possa apreciar devidamente sua doçura”.

“Não se deixe derrotar em situação alguma”.

A derrota depende de nós tanto quanto a vitória.

Entretanto a pior derrota é de quem desanima.

Perde, nem sempre é ser derrotado.

Mas o desanimo estraga totalmente a vida.

Não desanime jamais.

Siga a frente corajosamente porque a vitória sorri somente aqueles que não param no meio da estrada”.

(No candomblé não adianta acender uma vela hoje e ter resultado amanhã. Os Nkices não são empregados de ninguém. Somente tenha paciência, firmeza e fé naquilo que foi pedido. Se for merecimento e for para o seu bem o Nkice atenderá.)

Que você tenha

Bastante felicidade para manter a doçura,

Bastante provação para manter a firmeza,

Bastante tristeza para manter-se humano,

Bastante esperança para ser feliz,

Bastante sucesso para manter a garra,

Muitos amigos para lhe dar conforto,

Bastante dinheiro para suas necessidades,

Bastante fé para banir a depressão,

Bastante determinação para fazer com

Que cada dia seja melhor do que ontem.


Tata Gongofila

QUAL É O TEOR DE SUA ENERGIA?


Qual é o teor de sua energia?

A mediunidade faz parte da natureza, uns mais, outros menos desenvolvidos, e trocamos energias uns com os outros.

Tem gente que diz “Isso não é verdade eu nunca senti nada!”.

Os que dizem isso nunca perceberam que muitos de seus pensamentos foram resultados de absorção das energias alheias.

Você já notou como trata as pessoas? Principalmente as que não são intimas?

Com umas, você sente prazer de conversar com outras, você antipatiza, quer vê-las pelas costas, isso ao é apenas um capricho seu, mas um reflexo das energias que elas irradiam e você capta.

Existem pessoas nutritivas e pessoas sugadoras.

As nutritivas são:

Independentes – Cuidam de si, assumem suas próprias necessidades, evitam descarregar seus problemas nos outros, procuram ganhar seu próprio dinheiro.

Generosas – Dão os bens que não vão mais utilizar, cooperam com as obras de cunho social, estão sempre renovando.

Confiantes em si – Estudam as experiências alheias, mas na hora de decidir, não perguntam aos outros o que fazer.

Otimistas – Em todos os acontecimentos olham os lado positivos, nunca fazem drama de nada.

Respeitosas – Nunca invadem o espaço de ninguém, aceitam os outros como são sem desejar mudá-los.

As sugadoras são:

Vitimas e sofredoras – Quando lhes acontecem uma coisa boa, ficam logo esperando uma coisa ruim. Culpa o governo a sociedade as pessoas por suas dificuldades.

Dependentes - Nunca fazem nada sozinhas, acham tudo difícil sentem-se incapazes.

Indecisas - Não tem opinião própria, fazem o que os outros dizem.

Depressivas - Jamais falam do que já tem, só do que ainda lhes falta,estão sempre querendo atenção especial das pessoas e revoltam-se quando não são atendidas.

Inseguras – Apegam-se a tudo e a todos, tem medo das mudanças, do novo e do futuro. São ansiosas e dramáticas. Vêem o lado pessimista dos fatos.

Quando você capta energias de pessoas nutritivas, sente-se muito bem. Mas se de repente sente o corpo pesado, boceja, fica deprimida, triste, com dor de cabeça ou enjôo, provavelmente absorveu as energias de uma pessoa sugadora.

No candomblé, uma forma de amenizar este tipo de energia seria um bom banho de ervas e rezas com um bom zelador de santo.

COLETÃNEA TATA GONGOFILA

domingo, 21 de setembro de 2008

CANDOMBLÉ - CULTO AOS NKICES



Você sabe por que o culto do orixá é chamado de CANDOMBLÉ?

Em 1830, algumas mulheres negras originárias de Ketu, na Nigéria, e pertencentes a irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, reuniram-se para estabelecer uma forma de culto que preservasse as tradições africanas aqui, no Brasil.
Segundo documentos históricos da época, esta reunião aconteceu na antiga Ladeira do Bercô; hoje, Rua Visconde de Itaparica, próximo a Igreja da Barroquinha na cidade de São Salvador - Estado da Bahia.
Desta reunião, que era formada por várias mulheres, conforme relatei anteriormente, uma mulher ajudada por Baba-Asiká, um ilustre africano da época, se destacou:- Íyànàssó Kalá ou Oká, cujo o òrúnkó no orixá era Íyàmagbó-Olódùmarè.
Mas, o motivo principal desta reunião era estabelecer um culto africanista no Brasil, pois viram essas mulheres, que se alguma coisa não fosse feita aos seus irmãos negros e descendentes, nada teriam para preservar o "culto de orixá", já que os negros que aqui chegavam eram batizados na Igreja Católica e obrigados a praticarem assim a religião católica.
Porém, como praticar um culto de origem tribal, em uma terra distante de sua ìyá ìlú àiyé èmí, ou a mãe pátria terra da vida, como era chamada a África, pelos antigos africanos?
Primeiro, tentaram fazer uma fusão de várias mitologias, dogmas e liturgias africanas. Este culto, no Brasil, teria que ser similar ao culto praticado na África, em que o principal quesito para se ingressar em seus mistérios seria a iniciação. Enquanto na África a iniciação é feita muitas vezes em plena floresta, no Brasil foi estabelecida uma mini-África, ou seja, a casa de culto teria todos os orixás africanos juntos. Ao contrário da África, onde cada orixá está ligado a uma aldeia, ou cidade por exemplo: Xangô em Oyó, Oxum em Ijexá e Ijebu e assim por diante.
Mas, por que esse culto foi denominado de CANDOMBLÉ?
Este culto da forma como é aqui praticado e chamado de Candomblé, não existe na África. O que existe lá é o culto à orixá, ou seja, cada região africana cultua um orixá e só inicia elegun ou pessoa daquele orixá. Portanto, a palavra Candomblé foi uma forma de denominar as reuniões feitas pelos escravos, para cultuar seus deuses, porque também era comum chamar de Candomblé toda festa ou reunião de negros no Brasil. Por esse motivo, antigos Babalorixás e Yalorixás evitavam chamar o "culto dos orixás" de Candomblé. Eles não queriam com isso serem confundidos com estas festas. Mas, com o passar do tempo a palavra Candomblé foi aceita e passou a definir um conjunto de cultos vindo de diversas regiões africanas.
A palavra Candomblé possui 2 (dois) significados entre os pesquisadores: Candomblé seria uma modificação fonética de “Candonbé”, um tipo de atabaque usado pelos negros de Angola; ou ainda, viria de “Candonbidé”, que quer dizer “ato de louvar, pedir por alguém ou por alguma coisa”.
Como forma complementar de culto, a palavra Candomblé passou a definir o modelo de cada tribo ou região africana, conforme a seguir: Candomblé da Nação Ketu, Candomblé da Nação Jeje, Candomblé da Nação Angola, Candomblé da Nação Congo e Candomblé da Nação Muxicongo
A palavra “Nação” entra aí não para definir uma nação política, pois Nação Jeje não existia em termos políticos. O que é chamado de Nação Jeje é o Candomblé formado pelos povos vindos da região do Dahomé e formado pelos povos mahin.
Os grupos que falavam a língua yorubá entre eles os de Oyó, Abeokuta, Ijexá, Ebá e Benin vieram constituir uma forma de culto denominada de Candomblé da Nação Ketu.
Ketu era uma cidade igual as demais, mas no Brasil passou a designar o culto de Candomblé da Nação Ketu ou Alaketu.
Esses yorubás, quando guerriaram com os povos Jejes e perderam a batalha, se tornaram escravos desses povos, sendo posteriormente vendidos ao Brasil.
Quando os yorubás chegaram naquela região sofridos e maltratados, foram chamados pelos fons de ànagô, que quer dizer na língua fon “piolhentos, sujos” entre outras coisas. A palavra com o tempo se modificou e ficou nàgó e passou a ser aceita pelos povos yorubás no Brasil, para definir as suas origens e uma forma de culto. Na verdade, não existe nenhuma nação política denominada nàgó.
No Brasil, a palavra nàgó passou a denominar os Candomblés também de Xamba da região norte, mais conhecido como Xangô do Nordeste.
Os Candomblés da Bahia e do Rio de Janeiro passaram a ser chamados de Nação Ketu com raízes yorubás.
Porém, existem variações de Nações, por exemplo, Candomblé da Nação Efan e Candomblé da Nação Ijexá. Efan é uma cidade da região de Ilexá próxima a Osobô e ao rio Oxum. Ijexá não é uma nação política. Ijexá é o nome dado às pessoas que nascem ou vivem na região de Ilexá.
O que caracteriza a Nação Ijexá no Brasil é a posição que desfruta Oxum como a rainha dessa nação.
Da mesma forma como existe uma variação no Ketu, há também no Jeje, como por exemplo, Jeje Mahin. Mahin era uma tribo que existia próximo à cidade de Ketu.
Os Candomblés da Nação Angola e Congo foram desenvolvidos no Brasil com a chegada desses africanos vindos de Angola e Congo.
A partir de Maria Néném e depois os Candomblés de Mansu Bunduquemqué do falecido Bernardino Bate-folha e Bam Dan Guaíne muitas formas surgiram seguindo tradições de cidades como Casanje, Munjolo, Cabinda, Muxicongo e outras.
Nesse estudo sobre Nações de Candomblé, poderia relatar sobre outras formas de Candomblé, como por exemplo, Nàgó-vodun que é uma fusão de costumes yorubás e Jeje, e o Alaketu de sua atual dirigente Olga de Alaketu.
O Alaketu não é uma nação específica, mas sim uma Nação yorubá com a origem na mesma região de Ketu, cuja sua história no Brasil soma-se mais de 350 (trezentos e cinquenta) anos ao tempo dos ancestrais da casa: Otampé, Ojaró e Odé Akobí.
A verdade é que o culto nigeriano de orixá, chamado de Candomblé no Brasil, foi organizado por mulheres para mulheres. Antigamente, nas primeiras casas de Candomblé, os homens não entravam na roda de dança para os orixás. Mesmo os que tornavam-se Babalorixás tinham uma conduta diferente quanto a roda de dança. Desta forma, a participação dos homens era puramente circunstancial. Daí ter-se que se inserir no culto vários cargos para homens, como por exemplo, os cargos de ogans.
Hoje, a palavra Candomblé define no Brasil o que chamamos de culto afro-brasileiro, ou seja: “UMA CULTURA AFRICANA EM SOLO BRASILEIRO”.
A ORGANIZAÇÃO DO CANDOMBLÉ NO NOVO MUNDO
Antigamente, na Nigéria, os dias da semana eram apenas 04 (quatro) e eram assim denominados:
1o dia - Ójumò Exu
2o dia - Ójumò Ogun
3o dia - Ójumò Xangô
4o dia - Ójumò Oxalá
Sendo que estes 04 (quatro) dias estavam ligados aos 04 (quatro) pontos cardeais:
1o a leste onde habita Exu
2o ao norte onde habita Ogun
3o a oeste onde habita Xangô
4o ao sul onde habita Oxalá
Como se pode observar, os yorubás tinham sua própria semana organizada que foi modificada ou adaptada à semana ocidental. Isto aconteceu porque não se manteve a tradição milenar de apenas 04 (quatro) dias.
Quando o Candomblé foi estabelecido na Bahia por Yanassó teve-se que se adaptar, como foi visto anteriormente, o culto para os moldes ocidentais, ou seja, cultuar vários orixás no mesmo espaço. Com esta junção, criou-se o que foi chamado Ójumò-osé ou dia de limpar ou ainda Ójumò-uenumó ou dia do descanso. Essa distribuição foi feita da seguinte forma:
2a feira de Exu e Omolu
3a feira de Ogun e Oxumarê
4a feira de Xangô e Oya
5a feira de Oxossy
6a feira de Oxalá
No sábado seria a vez de se cuidar de todas as Yas ou Mães que seriam: Oxum, Yemanjá, Nanã, entre outras. Já no domingo, cuidaria-se de Ibeji.
Esta distribuição foi feita para que cada Omon-orixá tivesse seu orixá ligado a um dia da semana e nesse dia esse omon-orixá estivesse na casa de Candomblé para prestar culto ao seu orixá, não fugindo assim com a sua responsabilidade de cuidar de seu orixá.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

HUMILDADE



HUMILDADE

Dom divino de ser simples modesto e saber distinguir a sabedoria de dar, cooperar sem cobrar a ninguém que foi feito. Submeter-se as tarefas que lhe é concedida, sem reclamar e fazer simplesmente com amor dentro de seu coração.

Humilde não é humilhar-se perante aos outros que os julgam por aparentemente ser considerado tolos, bobos etc., e sim mostrar quer podemos elevar os conhecimentos através desse dom que Deus nos deu.

Humildade é saber ouvir e falar nas horas necessárias, entender e aconselhar por mais alto que seja o seu grau de inteligência na hierarquia do seu convívio.

Ser humilde é não humilhar as pessoas com gestos, com palavras e atitudes que venham magoar o seu semelhante.

Como tudo tem um limite não vamos deixar que as pessoas abusem de nossa humildade, mostrando a elas que podemos com nossa simplicidade sem magoar, ofender que nos sabemos até quando vai nossa humildade e sutilmente mostra-lhe o caminho certo.

Humildade é uma virtude que todos deveriam seguir dentro do candomblé e outras religiões.

Wunji


INKICE - WUNJI – (SÃO COSME DAMIÃO)

Correspondente ao orixá ibeji.

IBEJI (ib: “nascer”.; eji (dois).

Ibeji na nação Keto, ou wunji nas nações Angola e Congo. É o orixá Erê, ou seja, o orixá criança. É a divindade da brincadeira, da alegria, sua regência esta ligada a infância.

Ibeji esta presente em todos rituais, pois, assim como Exu, se não for bem cuidado pode atrapalhar os trabalhos com suas brincadeiras infantis, desvirtuando a concentração dos membros de uma casa de santo. E o orixá que rege a alegria, a inocência, a adolescência, independente do orixá que a criança carrega.

Ibeji é tudo de bom, belo e puro que existe: uma criança pode nos mostrar seu sorriso, sua alegria, sua felicidade, se engatinhar, falar, seus olhos brilhantes. Na natureza, a beleza do canto dos pássaros, nas evoluções durante os vôos das aves, na beleza e perfume das flores. A criança que temos dentro de nós, as recordações da infância. Feche os olhos elembre-se de uma felicidade, de uma travessura e você estarás viviendo ou revivento uma lencas desse orixá.

Pois tudo aquilo de bom que nos aconteceu em nossa infância, foi regido gerado e administrado por Ibeji.

Portando, ele já viveu todas as felicidades e travessuras que todos nós seres humanos, vivemos.

A historia de Ibeji, acontece a cada momento feliz de uma criança.

Ao menos para manter vivo este importante orixá, procure dar felicidade a uma criança, faça você mesmo o encantamento de Ibeji. E fácil: faça gerar dentro de si a felicidade de estar vivendo. Transmite esta felicidade contagie o seu próximo com ela. Encante Ibeji com a magia do sorriso, com o amor de uma criança. E seja Ibeji com a magia do sorriso, com o amor de uma criança. E seja Ibeji feliz.

È costume na Bahia fazer o caruru de Cosme e no Rio de Janeiro, como tradição dentro da Umbanda, oferecer doces as crianças.


COLETÂNEA TATA GONGOFILA

sábado, 13 de setembro de 2008

A PALAVRA DE UM TATA.



No Abaçá de Obaluiaiê, trata-se exclusivamente de cuidar dos enfermos, vendo a causa e encaminhando ao médico ou dando a iniciação no mundo da nação, onde ele aprenderá os segredos de seu Orixá.

Quanto ao lado material é jogado os búzios e fazemos trabalhos de acordo com que o Ifá responde e que dependendo das circunstâncias e merecimento do consulente pode-se obter o que deseja, tenha fé naquilo que se deseja.

Quanto ao lado amoroso também atendemos dependendo das circunstâncias, (desentendimento entre casais para ver a causa, pois no mundo que vivemos hoje, há muita maldade, inveja etc.que podem atrapalhar a vida de um casal ), não fazemos amarração e não trazemos ninguém que não seja ser designado por Zambi ( que tudo na terra é como Zambi quer ou determina, pois não podemos fugir dessa regra pois forçando o que não é para nós, acabamos atropelando a vida e arranjando um carma para nós mesmos ).

Não adianta procurar esta casa para fazer qualquer tipo de maldade que seja, pois o candomblé é uma religião cristã, que não realiza trabalhos de magia negra etc., pois os orixás estão aqui para nos defender das maldades alheias. Os orixás são luzes que no conduzem os nossos passos, acalentando-nos e amando-nos. Tem pessoas que se dizem ser pai de santo, fazendo este tipo de trabalho, a casa está aqui para desfazer e defender das maldades que fazem às pessoas. O consulente quando procura a religião do candomblé e outras, vão à procura de paz interior para que possa resolver seus problemas. Não é de minha índole e nem desta casa em que sou o Tata de Nkice fazer maldade para as pessoas (Não se esqueçam os que fazemos hoje, amanhã nós colhereremos.).

A terra não pertence ao homem, o homem pertence à terra.

Todas as coisas estão ligadas, assim como o sangue nos une a todos.

O homem não teceu a rede da vida, é apenas um dos fios dela.

O que quer que ele faça a rede fará a si mesmo.

Seattle.

A filosofia do Candomblé não e uma filosofia Barbara, e sim um pensamento sutil que ainda não foi decifrado

Roger Bastide.

MENTIRA


MENTIRA

Ato de mentir e falsidade que só traz desentendimento, entre as pessoas do seu convívio e acabam perdendo sua credibilidade.

A pessoa mentirosa destrói qualquer alicerce de relacionamentos (amorosa e amizade etc...).

“Na vida espiritual a pessoa pode mentir, enganar a si próprio, mais jamais vão enganar ou mentir para Zambi (Deus) e os NKICE (Orixás), que quando são descobertos pelo Tata (pai) e demais, são considerados elementos não bem vindo a comunidade a que pertencem”.

Sejamos verdadeiros para consigo próprio, amigos e irmãos, pois assim você estará obtendo créditos para o seu bem estar e convívio na comunidade a qual pertence.

“O maior mentiroso é aquele, que pensa que está enganando os outros, mas na verdade está enganando a si próprio”.

“Não viva dentro de sua mentira ponha ela para fora enquanto é tempo, pois Zambi e os Nkice nas suas infinitas misericórdias estão sempre a perdoar aqueles que reconhecem os seus defeitos, mas lembre-se que tudo tem limite, pois não construa uma mentira sobre outra, pois a falsa testemunha não ficará impune e os que respiram mentiras não escaparão”. A mentira é uma palavra mágica que não deveria ser usada em nenhuma religião, muito menos no candomblé.

EXEMPLO VIVO


Esse é um exemplo vivo da verdade dentro do candomblé, para o qual eu tiro o meu chapéu.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

KATENDÊ


INKICE - KATENDÊ

Corresponde ao orixá ossain

Ossain (“luz divina”)

O deus das ervas, dono das matas, orixá da medicina, da cura, da convalescença. Mestre do poder curativo das ervas, que proporciona o Axé das plantas, ou seja, a força vital, imprescindível à realização de qualquer ritual nos Cultos Africanos.

Ossain é a mágica das folhas, tornando mágicas também a sua convivência com os seres humanos. É o pai da fitorerapia; tem influência na homeopatia, aquele que gera a capacidade de cura pela ingestão ou aplicação de plantas medicinais; nos consultórios, nas cirurgias, na farmácia, nas pesquisas químicas e cientificas. Ele é o alquimista, o mágico, o senhor das poções mágicas e curativas, o bruxo, o médico dos orixás. Conhecedor profundo do segredo de todas as ervas.

Todas vez que queimamos uma floresta, desmatamos, cortamos árvores, ou simplesmente arrancamos folhas desnecessariamente, estamos violando a natureza, ofendendo seriamente essa força natural que denominamos Ossain.

Assim, todos orixá que precisava de uma erva ou planta devia em primeiro lugar pedir a Ossain, que cobrava por estes trabalhos, aceitando com o pagamento mel, fumo, ect... Até que dia Xangô passou a achar que todos os orixás deveriam ter o conhecimento das ervas, e pediu a Oiá que convencesse Ossain a dividir com os demais os segredos e os mistérios das plantas. Oiá sacudiu sua saia provocando grande ventania, espalhando as folhas para todos os orixás, para que cada um exercesse poder sobre uma delas. Em meio a ventania, Ossain repedia sem parar: Eu, eu assa!, que significa “Oh, folhas!”. Embora casa orixá tenha se apossado de um tipo de folhas, com esta reza Ossain evitou que seu poder fosse distribuído com eles, pois só ele conhecia o axé de cada uma delas conservando só para ele o poder sobre elas.

COLETÂNEA TATA GONGOFILA


KABILA

INKICE - KABILA

Corresponde ao orixá Oxossi ( oxo: “caçador; ossi: “noturno”)

Oxossi, deus dos caçadores teria sido o irmão caçula ou o filho de Ogum, é o orixá da caça, chamado muitas vezes de Ode Wawá, ou seja, “Caçador dos Céus”. É a divindade da fartura, da abundância, da prosperidade. Em seu lado negativo pode ser também o pai da mingua, da falta de provisão. A seguir citaremos outras importâncias, isto é, atribuições de Oxossi:

1 – Ordem material, pois, como Ogum, protege os caçadores tornando sua expedições eficazes e proveitosas, resultando em caça abundante.

2 – Ordem médica, pois os caçadores quando nas florestas, estando em contato freqüente com Ossain, divindade das folhas terapêuticas e litúrgicas e apredem com ele parte de seu saber.

3 – Ordem social, pois normalmente é um caçador que, durante as suas expedições, descobre o lugar favorável a instalação de uma nova roça ou vilarejo. Torna-se assim o primeiro ocupante e senhor da terra (onilê ), com autoridade sobre os demais habitantes que ai venham se instalar.

4 – Ordem administrativa e policial; pois antigamente somente os caçadores possuíam armas servindo também de guardas noturnos (òsó).

Suas principais características são a ligeireza, a astúcia, a sabedoria, o jeito ardiloso para faturar sua caça. È um orixá de contemplação, amante das artes e das coisas belas.

Como todos os orixás, Oxossi também esta no dia-a-dia dos seres vivos, convivendo intimamente com todos nós. Dentro do Culto, ele é o caçador do Axé, aquele que busca as coisas boas para uma Casa de Santo, aquele que caça as boas influências e as energias positivas.

No dia-a-dia, encontramos o deus da caça no almoço, no jantar, enfim em todas as refeições, pois é ele que provê o alimento. Rege a lavoura,a agricultura, permitindo bom plantio e boa colheita para todos.

O culto a esse orixá é bastante difundido no Brasil, mas pouco lembrado na Nigéria, o que se deve ao fato de Oxossi ter sido cultuado basicamente em Keto (terra dos panos vermelhos), onde foi consagrado com rei.

No século XIX, devido ao tráfico negreiro, a cidade foi praticamente destruída pelos ataques das tropas do rei Daomé. Os filhos consagrados a Oxossi foram vendidos como escravos no Brasil, Antilhas e Cuba.

É o orixá que cultua o próprio individualismo, tendo determinação para qualquer combate.

COLETÂNEA TATA GONGOFILA

domingo, 7 de setembro de 2008

INZO DIÁ KAVUNGO


Como motivo maior, a falta de alguma forma de espiritualidade, que é a grande causa do aumento dos males do povo. Seguindo o mesmo princípio de que teremos um corpo saudável, a medida em que nos protegemos e fortalecemos fisicamente, quanto mais saudável e bem alimentado estivermos, mais imunes estaremos para com as doenças; espiritualmente, seguimos da mesma forma; quanto mais estivermos fortalecidos espiritualmente, maior será nossa imunidade contra os males que não enxergamos a olho nu: as energias negativas nas suas mais diversas formas.

Esta é uma visão totalmente de: dentro para fora, não para sua defesa, porque a mesma não precisa, tampouco para angariar adeptos, mas, para mostrá-la como ela é, e aconselhar ao leitor(a), a esvaziar a sua cabeça de todo e qualquer conceito ou preconceito negativo, quer seja por má informação, má iniciação, má experiência ou pessoas que tenha conhecido, praticantes, que como muitas, pecam pela ignorância, vaidade ou maldade, usando de forma errada, incompleta ou interesseira esta belíssima religião, a nós legada, pelo povo mais antigo do planeta, que pelo fato de ter sido o primeiro, portanto primeira criação Divina na terra, não poderia, jamais, pela própria interferência de Deus, ser um mau exemplo para a humanidade futura, com práticas religiosas absurdas, descabidas ou malignas como querem alguns; Faça você leitor(a), sua "nova" avaliação dessa maravilhosa religião que é o CANDOMBLÉ

INZO DE KAVUNGO

Visa à vida, saúde e a prosperidade daqueles que procuram ter uma orientação espiritual.

INKOSE MUKUMBE



INKICE - NKOSI MUKUMBE
Corresponde ao orixá OGUM (gum: “guerra”)

É o orixá das contendas, deus da guerra. Seu nome traduzido para o português, significa luta, batalha, briga. Divindade masculina iorubana, o filho mais enérgico de Oduduá, tornou-se regente da cidade de Ifé quando seu pai ficou temporariamente cego. Em outras histórias, filho de Iemanjá e irmão mais velhos de Exu e Oxossi. Por último nutre um enorme sentimento, um amor de irmão verdadeiro.
O filho mais enérgico de Oduduá tornou-se regente da cidade de Ifé quando seu pai ficou temporariamente cego. Em outras histórias filho de Iemanjá e irmão mais velhos de Exu e Oxossi. Por último nutre um enorme sentimento, um amor de irmão verdadeiro.
É o deus do ferro, dos ferreiros e de todos que utilizam este metal. Força da natureza que se faz presente nos momentos de impacto e nos momentos fortes. O sangue que corre no nosso corpo é regido por Ogum. Considerado como um orixá impiedoso e cruel, temível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos, ele até pode passar esta imagem, mas também sabe ser dócil e amável. É a vida em sua plenitude.
Os lugares consagrados a Ogum ficam no ar livre, na entrada das casas e terreiros. Geralmente são pedras em formas de bigorna junto ás árvores. Ogum é representante também por franjas de palmeiras ou dedenzeiro desfiadas chamadas mariwo que penduradas nas portas ou janelas, representam proteção, cortando as más influências e protegendo contra pessoas indesejáveis.
O culto a Ogum é bastante difundido tanto no Brasil quanto na Nigéria. Sem sua permissão e proteção, nenhuma atividade útil, tanto no espaço urbano como no campo, poderia ser aproveitada.
Deve ser invocado logo após Exu ser despachado, abrindo caminho para os outros orixás. Como na África, ele é representado por sete objetos de ferro pendurados em uma haste de metal. A importância de Ogum vem do fato de ser ele um dos mais antigos dos deuses iorubas.
Saudação a Ogum (Ogum iêêê! -"Olá, Ogum")

Na cultura Bantu Nkosi entre as divindades do kongo é o grande , pois este ( nkosi ) , foi um rei daquelas terras que mais se sobresaiu. Pertence familia de nkóndi , e tem parentesco com mangáka mungúndo e mabária mandémbo (estes eram membros da familia real do kongo, e antecedem ao nkísi nkósi) nkôsi entre o povo bántu é o gurreiro que vive nas matas , o rei que trouxe muitas farturas para aquelas terras , aquele que defende seu povo com
unhas e dentes , mas que tambem pune severamente aqueles que cometem latrocínio, independente de quem seja , por isso ele é muito respeitado e adorado por alguns , e temido por outros.

Nkôsi também é um nkísi ligado a justiça, a família, ao caminho, e a fartura , é ele quem está a frente dos negócios bem empreendidos. Não gosta de mentiras em seus trabalhos, ou qualquer coisa que envolva seu nome.

É um nkísi guerreiro e benevolente, costuma escolher seus filhos na ponta do dedo, pois como foi dito, ele não admite muitos erros.

Obs : nkosi é o guerreiro bántu , e não o guerreiro nagô. Achar que somente um povo afrikano possui um gerreiro, é ser no mínimo exclusivista ou simplicista.

Os mahámba

- mukúmbe = grande guerreiro , autoritário e muito ligado aos antepassados.

- alúnda = toma conta da porteira, come nas estradas.

- katémbo rukongo = gerreiro impulsívo, impaciente, age antes de pensar.

- avángo = grande ferreiro , solitário e com temperamento instável.

- gongo mugóngo = caçador , mora no fundo das matas , é muito sério e não se apega muito as pessoas.

- mavalutángo = ligado as florestas, jovem, empreendedor, dinâmico, protetor da fauna, amigo dos animais , e amigo da família de nzíla, muito ligado a nkongobila e a katendê.

Obs : ( mavalutángo no Brasil foi apelidado de rôsi biolê . )

- naruê = jovem pastor e guerreiro, é calmo, protege no caminho. Usa em suas contas o verde com o vermelho.

- jambá = velho e teimoso , de temperamento difícil, tem muita ligação com o silencio, é protetor dos que tem idade muito avançada, e costuma vingar-se por estes.

- mugomesá = caçador, inteligente e vaidoso, come na mata.

- nangê = ferramenteiro, idoso, trabalhador e exigente, pai de mavalutángo, suas contas são intercaladas de roxo com vermelho.

- minikongo = agricultor, solitário e conhecedor de encantamentos, seu fio de conta é vermelho.

- kitaguáze = guerreiro impiedoso, gosta de dar ordens e é agressivo.

- kitóngo = feiticeiro e curandeiro, ligado as crianças de um modo geral, costuma punir os adultos que as maltratam.

Saudação a nkosi: lúna kubánga mú etu. Responde-se: nkosi ê... Ou simplesmente , kiuá nkosi.

obs : Dentro do cúlto bántu , cada nkísi tem sua saudação apropriada, e dependendo do dialeto que é falado, ( kimbúndu - kikóngo - kiôko – lingála – tchôkue – etc... ) as saudações podem variar uma das outras.

Há ainda para cada hámba, uma saudação específica ex : mukúmbe, hôxi, ngó, mavalutángu, naruê, etc... cada um desses tem uma saudação própria, e assim acontece com os demais mahámba de outros jinkísi, a qual falarei mais adiante.Aqui termino este, saudando o hámba para o qual fui iniciado, e pelo qual tenho muito respeito e admiração.

(rôsi biolê) , kámba riami enú . Oyê tat’etu !
Pembelê...

Postado por ndanjí kazenzê

COLETÂNEA TATA GONGOFILA

ZUMBANDARA


INKICE - ZUBARANDÁ
Corresponde ao orixá Nanã.
Nanã (Originalmente Nenê / Nana )


Nanã, chamada também de Nanã Bucuru, Nanã Buruquê, é de origem Jejê, da região de Dassa Zumê e Savê, no Daomé, hoje conhecida como República de Benin.
A mais temida de todos os orixás, a mais respeitada, a mais velha poderosa e séria. Está associada à maternidade. Teria o poder de dar a vida e forma aos seres humanos, por isso é também considerada orixá da fecundação e dos primódios da criação. Ela é a deusa dos pântanos, da morte (associada a terra, para onde somo levados ), transcendência.
Entre o mundo dos mortos, existe um portal. É a passagem, a fronteira entre a vida e a morte. Sua regente: Nanã, Senhora e geradora da morte (Iku ).
Seus cânticos são súplicas para que leve Iku para longe, para que a vida seja mantida. É à força da natureza que o homem mais teme. Ela é senhora da passagem desta vida para outras, comandando o portal mágico, a passagem das dimensões.
Nanã está presente nos lodaçais, lamaçais, pois nasceu do contato da água com a terra, formando a lama, dando origem e suja própria vida. Na África, é chamada de Iniê, e seus assentamentos são salpicados de vermelho. Ela é a chuva, a garoa, a tempestade. O banho de chuva e uma lavagem do corpo no seu elemento; uma limpeza de grande força, uma homenagem a este grande orixá.
Nanã é a mãe de Obaluaiê. Tratou sempre de si e de seu filho de forma nobre, nunca se metendo ou preocupando com o que as outras pessoas faziam da própria vida.
Ogum travou batalha com Nanã pelo direito de passar por suas terras. Por ser forte e valente guerreiro, não admitido em pedir licença a uma “velha” para entrar em seus domínios. Diante dos perigos do pântano e da ira de Nanã, foi obrigado a bater em retirada tendo que achar outro caminho, longe das terras de Nanã. Esta, por sua vez, aboliu o uso de metais em suas terras. E até hoje, nada pode ser feitos com lâmina de metal para ela.

COLETÂNEA TATA GONGOFILA

COMENTÁRIOS - JOGO DE BUZIOS


Para se tornar um sacerdote do Jogo de Búzios é, necessário passar pelo processo de iniciação que consiste em clausura total de 21 a 30 dias. A pessoa é chamada de Yaô (iniciado) este ritual é feito para a purificação do corpo efetuando-se vários ebós (trabalhos espirituais), banhos e oferendas aos orixás. O Jogo de Búzios é 100% teórico onde é necessário um grande aprendizado que, é passado através dos Babalorixas e Iálorixas (sacerdote ou sacerdotisa - traduzindo ao pé da letra: Zeladores de Orixás), mais velhos. Este aprendizado não é obtido nestes 21 e 30 dias que, pode durar até 07 anos ou mais. O Jogo de Búzios é 100% infalível, o que pode ocorrer é erro na interpretação. Muitos se intitulam conhecedores do Jogo de Búzios, aprendem através de cursinhos com duração de 01(uma) semana, erram muito na interpretação ocasionando a falta de credibilidade na religião que é o CANDOMBLÉ. O Jogo de Búzios ou Merindilogum assim também intitulado sendo a maneira correta de verbalização , além de ser 100% teórico é trazida pelo Orixá Exu.
O zelador coloca os búzios dentro de duas mãos reunidas em concha e os sacode, para então lança-los. A forma na qual se deitamos os búzios, se abertos ou fechados também são decisivos no resultado da leitura. São as conchas lançadas sobre uma peneira de palha, esteira, sobre um circulo de colares dos orixás. O jogo é também conhecido pelo nome de Ifá, grande orixá da adivinhação. Entretanto, é Exu quem serve de intermediário para as repostas dadas pelos Orixás.
No candomblé, o membro da confraria encarregado da leitura dos búzios chama-se de zelador ou tata de nkice que não podem jamais incorpora santo. Existem muitos que se dizem pai de santo etc.. que jogam os búzios incorporados com entidades, pois entidade e nem orixá não jogam os búzios. Aquele que jogam búzios e não passaram pelo ritual dos 21 a 30 dias não são consagrados sacerdotes dentro da cultura do Candomblé e saem fazendo cursos através de livros e outros são chamados de jogueiros, pois não tem competência para tal, pois olhar ou jogar os búzios e preciso muito estudos dentro dos preceitos e segredos que existem dentro da Nação.

KAVUNGO

INKICE - KAVUNGO
Corresponde ao orixá Obaluaiê.

OBALUAIÊ ( “rei”, “senhor da terra”)

Deus originário de Daomé. Obaluaiê é uma flexão dos termos Oba (rei) Oluwó (senhor) – Ayiê (terra), “rei, senhor da terra”. Omulu também é uma flexão dos termos: Omo (filho) – Oluwó (senhor que quer dizer “filho e senhor”. Obaluaiê, o mais moço, é o guerreiro, caçador, lutador. Omulu, o mais velho, é o sábio, o feiticeiro, guardião. Porém, ambos têm a mesma regência e influência, significam as mesmas coisas, têm a mesma ligação e são consideradas as mesmas forças da natureza).
Obaluaiê é o sol, a quentura e o calor do astro rei, é o senhor das pestes, das doenças contagiosas ou não. É o rei da terra, do interior da terra e é o orixá que cobre o rosto com o Filá (de palha da costa), porque para os humanos é proibido ver o seu rosto devido a deformação feita pela doença, e pelo respeito que devemos a esse poderosíssimo orixá.
Está no funcionamento do organismo, na dor que sentimos pelo mau funcionamento dos órgãos, por um corte, queimadura ou traumatismo. A ele devemos as nossa saúde. Trata do interior, mas cuida também da pele e de suas moléstias.
Divide como Oiá a regência dos cemitérios, pois é o orixá que vem com emissário de Oxalá (principio ativo da morte), para buscar o espírito desencarnado. É ele que mostra o caminho, servir de guia para aquele espírito, Obaluaiê também é o senhor da terra e das camadas do seu interior, para onde vamos todos nós. Daí sua ligação como os mortos, pois é ele quem vai cuidar do corpo sem vida. Também conhecido como Xapanã.
Filho de Nana, que o abandonou por ser doente, foi criado por Iemanjá. Orixá fundamentalmente Jeje, mas louvado em todas as nações por sua importância. Conta-se que, abandonado por Nanã, foi cuidado por Iemanjá que o alimentava com pipoca sem sal acrescida de mel para melhorar o gosto, e passava azeite de dendê em suas feridas para aliviar a dor e a coceira.
Usa como uma arma o xaxará, um cetro adornado em contas e búzios que serve como captador de energias negativas para limpar almas e ambientes.Os raros filhos de Obaluaiê são tensos, sábios e tristes. Costumam ser consultado para decisões importantes e muitos vivem solitários.Ocupam importantes cargos públicos e burocráticos, mas stgem que o bom humor não é seu forte. Saúda-se Obaluaiê com: Atotô! “Silêncio! Escutai,. Hora de devoção e reverência!”.

COLETÂNEA TATA GONGOFILA

ALUVAIÁ


Corresponde ao orixá Exú.
EXU (“esfera" )


A palavra EXU em iorubá significa "ESFERA", aquilo que é infinito, que não tem começo nem fim.
Exu serve como intermediário entre os Orixás e nós, homens. É a força da criação, é o princípio.
de tudo, o nascimento, o equilíbrio negativo do Universo, o que não quer dizer coisa ruim.
Exu é a célula da criação da vida, aquele que gera o infinito, infinitas vezes. É o primeiro passo
em tudo. Está presente, mais que em tudo e todos, na concepção global da existência.
É a capacidade dinâmica de tudo que tem vida. Principalmente dos seres humanos, que carrega em seu plexo este elemento dinâmico denominado Exu. Na nação Ketu é chamado Bará, e na nação angola, é mavambo
ou seja, "no corpo", preso a ele. É a abertura de todos os caminhos e a saída de todos os
Problemas. Aquele que ludibria, engana, confunde; mas, também ajuda, dá caminhos, soluciona.
Seu símbolo não é o tridente associado ao diabo, mas sete ferros voltados para cima representando
os sete caminhos do homem, os sete chacras (pontos de captação, distribuição e armazenamento de
energia), as sete cores, as sete auras.
É o mais humano dos orixás, sendo uma divindade de fácil relacionamento. Sua função de contato
entre o homem e os demais orixás faz com que supere o real, e atinja o mágico. São os orixás
que respondem no jogo de búzios, mas é Exu que traduz a resposta.
Não é dele a responsabilidade de decidir o que é certo ou errado; apenas realiza a tarefa para a
qual foi invocado. Teria mesmo papel que o deus Mercúrio na mitologia grega.
Para se Ter uma noção do comportamento e da regência paradoxal de Exu, cito um de seus Orikís.
(versos sagrados), que diz: "Exu matou um pássaro ontem, com a pedra que jogou hoje.”

COLETÂNEA TATA GONGOFILA

RELIGIÃO SEM INTERESSE


· Seria tão bom que todos procurassem a ver a beleza, a pureza e a verdade que existe dentro da religião Afro-Brasileira.

· Seria tão bom que pudessem entrar no mundo dos Orixás, conhecendo-os melhores, não através de livros, (livros nos dão uma base que é a religião, os orixás etc.) mas dentro da religião sob orientação de um zelador ( Pai de Santo ).

· Seria tão bom se no candomblé não cobrassem dos orixás (Nkices), bens materiais, amarração, qualquer maldade, pois os orixás estão aqui para nos dar prosperidade, saúde e paz interior, pois depende somente de nós para alcançar os aquilo que procuramos agindo com fé e sabedoria e tendo merecimento, seguindo preceitos, conhecendo melhor os procedimentos, desenvolvendo a cultura que tem dentro da religião Afro Brasileira, conhecer os arquétipos dos orixás e descobrir que nossa personalidade são tão quão parecidas com aqueles que regem nossos caminhos, aquele que nos escolheram quando do nosso nascimento para nos proteger e nos encaminhar e dar sentido as nossas vidas espirituais e materiais.

· A vida espiritual se resume em amar, Não se ama porque se quer fazer o bem, ou ajudar, ou proteger alguém. Se agirmos assim, estamos vendo o próximo como simples objeto, e estamos vendo a nós mesmos como pessoa generosas e sábias. Isto nada tem a ver com amor.
· Amar é comungar com outro, e descobrir nele a centelha de Deus".

NOSSA VISÃO DA RELIGIÃO AFRO-BRASILEIRA


TATA GONGOFILA - TERESÓPOLIS

RELIGIÃO
.
Se a religião significa um conjunto de práticas e princípios que regem as relações entre os homens e a divindade, então devemos usar estas práticas da melhor maneira para que possamos dignificar aqueles que nos levam até a divindade maior (Deus) ( Zambi ) para que delas recebamos a paz, a cura dos males dos espíritos, o amor e compreensão, e a alegria de viver.
Orixá: divindade que transmite as súplicas dos devotos à suprema divindade.

CANDOMBLÉ

Cultura Afro Brasileiro. Há muitos tipos de Candomblés, que pepetuam tradições diferentes, graças à influência das diversas nações africanas, representadas no Brasil pelos negros que aqui aportaram na época da escravatura. Dentre todos os Candomblés existentes, o de Angola, de Caboclo, do Congo, de Kêto, Jejê e do Nagô que atualmente se destacam e predomina dentre todos os outros e é por esse motivo que foi escolhido para ser abordado aqui.
Cada Orixá representa uma força da natureza, portanto, ao cultuá-los, estamos em contato com as forças elementais da água, da terra, do ar e do fogo. Essas forças em equilíbrio produzem uma grande energia, o axè, que nos ajuda no processo de melhorar nosso destino.
Toda essa força à nossa disposição pertence ao Pai criador seja: Olurum (Deus Supremo), Olurum esta acima de tudo e de todos, inclusive dos Orixás. Muita gente pensa que Oxalá é o grande Pai, mas Oxalá é apenas o Orixá mais velho de todo. Desde sua origem, há cinco mil anos na Africa, a religião dos orixás tem Olorum como o grande criador.
Os Orixás tiveram experiências na Terra. Viveram, caçaram, plantaram, curaram, amaram, tiveram filhos e guerrearam. Sua história é repleta de cenas heróicas, pois eles têm características humanas: são vaidosos, temperamentais, brincalhões, briguentos, carinhosos ou ciumentos e cada traço de personalidade é associado a um elemento da natureza.
Depois de uma curta passagem pelo mundo do terreno, eles retornaram ao Orum (céu), mas antes disso nos deixaram profundos ensinamentos para nos ajudar como lidar com o apego material e nos mostrar o mundo espiritual.
Na Africa existem mais de 200 Orixás. Os escravos vindos para o Brasil trouxeram alguns. Atualmente, são 16 orixás, mas apenas 12 deles são cultuados: Exú, Ogum, Oxóssi, Obaluaiê, Oxumarê, Xangô, Iansã, Oxum, Iemanjá, Nanã, Ossaim e Oxalá. Os outros quatro são: Obá, Logunéde, Ewa e Irôco, que pouco se manifestam nos rituais.

Os orixás são os regentes da nossa personalidade, são aqueles que quando são bem cuidado "como uma semente bem tratada é que mais tarde darão bons frutos" é o nosso mediador das nossas privações.
A casa de Candomblé é onde os adeptos se reúnem para cultuar os seus orixás
A religião dos Orixás não é uma seita, é uma religião primordial.

Palavra Esperança
"Voe passaro azul
Voe e corte este céu do Norte a Sul.
Levando em sua bagagem um pouco de fé e coragem"

Axè

Teresópils. RJ
Contato: (21) 8838 - 6760